segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vade retro, Papa fora do tempo e sem emenda…



No Público de hoje pode ler-se a propósito das cerimónias evocativas do Cristo.Rei:

“A celebração eucarística abriu com a leitura de uma carta do Papa Bento XVI a lembrar as razões por que o monumento foi construído: "Pela paz e pela prosperidade em que se encontrava a sua nação, face ao avanço da doutrina comunista no mundo, da predominância da guerra civil na vizinha Espanha, [...] contra o ateísmo". Ontem, em Roma, o Papa lembrou o cinquentenário do Cristo-Rei.”

A mensagem do Papa, lida no concelho de Almada, onde desde o 25 de Abril o município tem uma maioria comunista e dos seus aliados – município que prestou um apoio significativo a estas cerimónias e que se fez nela representar pela sua Presidente - é uma afronta a princípios básicos de convivência democrática e é, quiçá, uma tentativa grotesca de se servir da fé para fins políticos.

Que Bento tenha militado nas juventude nazis não foi certamente razão para os comunistas, aqui, deixarem de apoiar uma iniciativa importante da Igreja a que preside de lá, muito longe, ou de lhe terem suscitado para o douto pronunciamento a evocação da memória dos que na cidade aqui em frente tombaram a lutar para que Portugal fosse um país livre.
Bento é um reaccionário assumido mas as regras da convivência deveriam ter-lhe imposto limites. Para já não falar da falta de precisão histórica do que escreveu...

Não sou católico e durante toda a vida não dei recados aos meus amigos e camaradas, crentes, mas hoje sempre vos direi que este naco de prosa bafienta poderá ser, antes de mais, um pôr em causa a própria Igreja portuguesa.