 As questões já aqui referidas a propósito da tentativa de imputar ao Presidente guatemalteco o assassinato de um advogado, pelo ineditismo de que se revestiu com a ampla distribuição de um vídeo premonitório e acusador, por parte da vítima dias antes de ser encontrado morto a tiro, tem contornos pouco claros e em torno das reacções vão-se, para já definindo duas atitudes que se traduzem desde há
 As questões já aqui referidas a propósito da tentativa de imputar ao Presidente guatemalteco o assassinato de um advogado, pelo ineditismo de que se revestiu com a ampla distribuição de um vídeo premonitório e acusador, por parte da vítima dias antes de ser encontrado morto a tiro, tem contornos pouco claros e em torno das reacções vão-se, para já definindo duas atitudes que se traduzem desde há  três dias em manifestações e o reflexo da sua presença na comunicação social dominante.
três dias em manifestações e o reflexo da sua presença na comunicação social dominante.Dum lado, exigindo a demissão de Colom, estão os meios mais abastados, com evidentes sinais exteriores de riqueza, que não se definem por políticas alternativas à do actual presidente, e que coincidem com a orientação da generalidade dos meios de comunicação social.
Do outro, apoiando Colom, estão camadas populares, particularmente as que estão envolvidas por programas sociais de desenvolvimento promovidos pelo governo e autarquias, a UASP, central sindical e de outras organizações sociais, bem como o
 partido que elegeu Colom em Novembro de 2007. Esta corrente está praticamente ausente da comunicação social.
partido que elegeu Colom em Novembro de 2007. Esta corrente está praticamente ausente da comunicação social.Ambas preparam manifestações para o mesmo local da capital para o próximo domingo.
Deixando às investigações o apuramento deste caso que, seja qual for não está a evitar uma forte desestabilização no país, importa acompanhar o evoluir dos acontecimentos, que foram antecedidos de uma evolução política cujos traços essenciais convém  recordar.
recordar.
Depois de 30 anos de ditaduras militares e mais 20 de governos de Direita, a Guatemala elegeu, pela primeira vez, um Presidente daquilo a que hoje muitos chamam de centro-esquerda.
 recordar.
recordar.Depois de 30 anos de ditaduras militares e mais 20 de governos de Direita, a Guatemala elegeu, pela primeira vez, um Presidente daquilo a que hoje muitos chamam de centro-esquerda.
Nas eleições de 2007, Álvaro Colom teve 53% contra 47% do candidato da direita, o ex-general Otto Pérez Molina, um dos responsáveis pela chacina de quase 200 mil indígenas, na guerra civil que varreu o país por mais de três décadas. Rigoberta Menchú foi uma das candidatas que não passou à 2ª volta.
Colom quer combater a pobreza que atinge 80% da população.
Ao declarar-se vencedor das eleições, Colom apelou à "conciliação nacional de todos os guatemaltecos", sublinhando que então começaria um processo de transformação e mudança que não aconteceu em 50 anos".Esta foi a segunda volta das eleições. Na primeira volta Colom ficara à frente com 28% dos votos, contra os 23,5% de Perez Molina.
Colom quer combater a pobreza que atinge 80% da população.
Ao declarar-se vencedor das eleições, Colom apelou à "conciliação nacional de todos os guatemaltecos", sublinhando que então começaria um processo de transformação e mudança que não aconteceu em 50 anos".Esta foi a segunda volta das eleições. Na primeira volta Colom ficara à frente com 28% dos votos, contra os 23,5% de Perez Molina.
A campanha ficou marcada pela violência, facto que influenciou a elevada abstenção, de 65%. Cerca de 50 pessoas morreram durante o processo eleitoral.A insegurança e violência que assolam o país estiveram no centro da campanha eleitoral. 
A Guatemala tem a taxa mais alta do Mundo de assassínios per capita, com 2.857 homicídios na primeira metade de 2007. Perante isto, o candidato da direita exigia "mão dura" enquanto Colom tentou recentrar o discurso na "conciliação e solidariedade", apesar de ser igualmente favorável à continuação da pena de morte. Social-democrata assumido e com ligação à Internacional Socialista criou o movimento que o elegeu, a UNE. 
A pobreza atingia então 80% da população da Guatemala, o país mais populoso da América Central (13 milhões de habitantes). Mais de metade dos 14 milhões de guatemaltecos sobrevivia em 2007 com o equivalente a 1,5 euros. 
Para Colom, os guatemaltecos tinham, virado “a página trágica" do militarismo na Guatemala. Entre 1960 e 1996 este país viveu uma guerra civil que custou a vida a cerca de 200 mil pessoas, quase todos indígenas. Segundo a Comissão Independente de Clarificação Histórica, o exército foi responsável por 90% das violações de direitos humanos ocorridas nessa altura, sendo que o candidato da direita, Perez Molina, assumia então funções de alta responsabilidade no exército guatemalteco.Alvaro Colom, engenheiro de profissão, é uma das raras pessoas não-índias distinguidas com o título honorífico de "chaman" (pai) por parte das comunidades indígenas maias, que representam a maioria da população (60 por cento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 comentário:
Como dizes esta é uma "história" para acompanhar mas, se calhar os guatemaltecos ainda não abandonaram completamente a sua fase militarista.Aguardemos o desenrolar dos acontecimentos.
Algo me parece certo este Presidente está a incomdar alguém, isso está!
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