domingo, 6 de janeiro de 2013

Bashar-al-Assad propõe soluções para o conflito na Síria



Tal como foi referido ontem neste blogue, a situação na Síria parece estar a sofrer uma inversão, com os “rebeldes” a perder posições e apoios, a deixarem de ter apoios da população incluindo a palestiniana onde a influência da Al-Qaeda pesou, e com Bashar-al-Assad a retomar a iniciativa política interna e externa, procurando manter o apoio da oposição na política externa e na política económica. Como exemplo, abaixo referimos um encontro do governo sírio com o Partido Comunista da Síria.
O próprio ambiente de abordagem deste conflito por muitos media internacionais sofreu uma inflexão que se reflectiu já na imprensa portuguesa.
Nas reações internacionais só o criticismo de Londres e da União Europeia se mantém (a Inglaterra, a França e não só esperavam sentar-se à mesa de uma Síria que tivesse soçobrado).

Segundo o Sol, o Presidente sírio Basharal-Assad propôs hoje a realização de uma conferência de reconciliação nacional e um referendo a uma nova constituição para pôr termo à guerra civil. O líder acusou ainda os rebeles armados de serem «inimigos de Deus» e «marionetas do Ocidente».
As declarações foram feitas num discurso transmitido em directo pela televisão estatal e pelos canais internacionais - o primeiro desde Junho.

Assad defendeu que a solução para a crise síria, entretanto degenerada numa guerra que já matou mais de 60.000 pessoas, passa pelo fim do fornecimento de armas a «grupos terroristas» por parte de potências estrangeiras, que seria correspondido pelo fim das operações do exército. O regime iria depois convidar partidos e personalidades para uma conferência nacional que redigirá uma constituição posteriormente submetida a referendo. A medida abriria portas à convocação de eleições para um novo Governo.

O Presidente sírio aproveitou para lançar duras críticas à oposição armada, pondo em causa a noção de uma revolução em marcha no país. «Uma revolução necessita de pensadores e de uma ideia, necessita de liderança. Quem é o líder desta revolução?», questionou.

Para Assad, a rebelião é comandada por forças estrangeiras e Damasco tem o direito de «combater o terrorismo».

«Estamos agora num estado de guerra em todos os sentidos da palavra. Esta guerra atinge a Síria através de um punhado de sírios e uma mão cheia de estrangeiros. Precisamos por isso de defender a nossa nação», declarou.

«A Síria é forte e a Síria continuará a ser soberana», prometeu.

Sobre a possibilidade de um exílio sugerido pela imprensa internacional, Assad reiterou a vontade de permanecer no país. Já em Novembro tinha dito à televisão russa que irá «morrer na Síria». E foi precisamente para a Rússia, a China e o Irão que Assad proferiu palavras de apreço.
Numa primeira reacção da oposição citada pelas agências noticiosas, um representante da Coligação Nacional Síria acusou Assad de apresentar uma «retórica vazia» e sublinhou que o Presidente «não se demitiu, um requisito fundamental para o início de qualquer negociação».
Ammar Bagdash, secretário-geral do PCS

Governo sírio reuniu-se com o Partido Comunista

Segundo o jornal "Vermelho", dos comunistas brasileiros,o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaki, reuniu-se nesta quinta-feira (3) com Ammar Bagdash, secretário-geral do Partido Comunista Sírio, com quem dialogou sobre a importância de manter laços estreitos entre o governo e os partidos e organizações políticas.


"Estabelecer este tipo de comunicação e colaboração sustenta os esforços para enfrentar a feroz agressão de países hostis que pretendem quebrar a nossa resistência e impor-nos os seus ditames", assegurou Al-Halaki.

Considerou, além disso, que o povo sírio nunca será derrotado e sairá vitorioso graças à sua firme vontade para desafiar qualquer complot inimigo.

Al-Halaki sublinhou o papel dos partidos agrupados na Frente Nacional Progressista, com os quais - disse - se trabalha para sair desta crise o mais rapidamente possível.
A Frente Progressista Nacional (FPN) é constituída por uma coligação de 8 partidos políticos, a Federação dos Sindicatos da Síria (FSS) e a União Geral de Camponeses (UGC).


Por sua vez, Bagdash elogiou as medidas económicas adotadas pelo governo, qualificando-as como "prudentes" para assegurar as necessidades de uma vida digna para os cidadãos, e da mesma forma, sublinhou a valentia das forças armadas no preservar a segurança e a estabilidade da nação.

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