segunda-feira, 13 de agosto de 2012

E, depois de Londres, os Jogos Olímpicos do Rio 2016

É para essa cidade, que uns apelidam de “carioca” e outros de “maravilhosa”, que os olhos se viram agora. Com 6,3 milhões de habitantes na sua área metropolitana, o Rio promete mudanças, mas não se vai transformar no paraíso, diz o prefeito, Eduardo Paes, que no domingo recebeu a bandeira olímpica, com os cinco anéis, das mãos do presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge – e que por sua vez tinha recebido o estandarte do "mayor" londrino, Boris Johnson. “Não é que a gente vá ser perfeita no fim dos Jogos de 2016”, avisa Eduardo Paes, em declarações reproduzidas pela BBC. “O Brasil tem muito caminho pela frente, o Rio também, mas a cidade será mais justa, mais igualitária, e mais integrada após os Jogos”, prometeu.
Como a repórter do PÚBLICO, Alexandra Lucas Coelho, no Rio de Janeiro, relatou, as ligações entre o aeroporto, a Barra da Tijuca e áreas mais pobres da Zona Oeste serão melhoradas com o projecto BRT, quatro linhas de autocarros rápidos em faixas exclusivas, alguns já a funcionar. Numa cidade em que o trânsito ficou caótico e os transportes públicos são maus ou ausentes, a questão da mobilidade é o principal desafio dos Jogos, dizem os organizadores, e deve ser um dos maiores legados. "A BRT são 150 km de vias que vão impactar a vida dos cariocas", resumiu Maria Silvia, a "superexecutiva" captada para a Empresa Olímpica Municipal. Espera-se que depois de 2016 o uso de transporte público passe de 20% para 60%. Entretanto, as ciclovias devem crescer de 300 para 450 km.

A questão do legado coloca-se sempre quando se planeia – ou quando termina – uma grande competição internacional. Portugal ainda hoje olha para os estádios e demais infra-estruturas feitas a propósito do Campeonato Europeu de Futebol 2004; no Rio, é dado como certo que o Parque Olímpico será transformado, após 2016, num centro de treino de alta competição. "Todas as instalações já têm legado futuro", garantiu o director do comité local de organização dos Jogos de 2016, Leonardo Gryner. Incluindo o campo das competições de golfe, que passará a ser o primeiro público do Brasil.

E como estão as coisas? "Estamos no progresso total do projecto", resumiu Gryner, há uma semana: o Rio está a cumprir os prazos para 2016 e os grandes investimentos feitos vão transformar a cidade para além dos Jogos (transportes públicos, infra-estruturas, áreas verdes, rede hoteleira, recuperação de zonas históricas, criação de novos bairros).Antes dos Jogos, o Brasil será anfitrião do Campeonato do Mundo de futebol em 2014, altura em que algumas das ideias e projectos da organização brasileira enfrentarão um período de testes que poderão dar indicações úteis para 2016.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria de estar mais uma vez na "cidade maravilhosa" nessa altura...

M.