quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O inefável Borges esteve esta noite na TVI

Vi há pouco na TVI António Borges. Que diz que não é do governo. Não. Integra a equipa de executivos em que troika e governo confiam porque executam a sua política sem beliscar os interesses da banca e dos grandes grupos que nos dominam.
Com ar de catedrático que a jornalista não beliscou o verniz, ele reinou.
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AB sustentou uma concessão de parte da actividade da RTP...Isto é, levar o privado a carne e ficar a RTP com os ossos e sem a RTP-2, que é "para acabar". Afinal os interessados querem que o Estado depois defina a política "para o que resta", incluindo despedimentos, sim que os compradores escolherão a dedo quem levam. Insistiu na hipótese não demonstrada de que os privados gerem melhor que o Estado... Não é arriscado adivinhar a programação que fariam...Entravam na contra-programação com os outros canais privados, contribuindo ainda mais para o abaixamento da qualidade e a submissão ao que as audiências querem (violência gratuita, muito sexo sem erotismo, ausência do país real contribuindo ainda mais para o isolamento do interior, abandono de preocupações culturais e da sua componente interna,etc, etc...).
A conclusão só pode ser uma: a RTP não deve ser concessionada ou privatizada. Deve poder ter um espaço próprio, distinto dos critérios das televisões privadas, respeito pelos telespectadores e pelos trabalhadores da empresa.

AB defendeu a privatização da TAP à qual vai superintender para dizer que com ela o Estado não vai encaixar, vai eliminar passivos (vai?). De lado quer ele quer a jornalista deixaram de fora as consequências económicas para as opções de relações externas para o país ou a relação com as regiões autónomas, enfim tudo o que pode constituir o interesse estratégico do país e a relação de pertença do nosso povo.
Conclusão: a TAP não deve ser privatizada.

AB ainda se meteu nas PPPs para se concluir que não se vai acabar com elas mas renegociar as que houver condições para isso, podendo-se arrastar ainda por mais tempo o deslizamento dos compromissos com o Estado, não se referindo a redução das rendas aos privados nem uma partilha de riscos mais favorável para o Estado.

Quanto à situação do país, defendeu o pacto de agressão da troika, agravado e a jornalista não conseguiu fazê-lo dizer que defende a saída da Grécia da zona euro.



1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Com conselheiros assim, venham-me dizer
Que Pedro Passos Coelho, é um incompetente
no que anda a fazer