sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A trampa do Borges



O serviço público de TV foi concebido como uma reserva de intervenção que seria uma "compensação" à trampa que aí viria com as privadas. A trampa veio com os respectivos patrões a reservarem em cada uma nichos fortuitos de alguma qualidade e alguns pluralismos para segurarem alguma audiência que não suporta alguns cheiros.
A RTP foi querendo competir com as privadas, baixando o nível para satisfazer os cheiros de que alguns patrocinadores gostam. E, com vínculo ao Estado, foi levada pelos seus responsáveis a assumirem os ciclos de manipulação crescente ao serviço dos governos, do bloco central e do anti-comunismo.
As audiências são criadas pelos grupos económicos. As pessoas não optam pelo que é mau culturalmente. Engolem diariamente publicidade e tiques de outros condicionadores de opinião e gostos. Num processo semelhante ao que leva à expressão de opções eleitorais.
O respeito pelas preferências das pessoas é um direito a ser garantido. Tal como deve ser garantido o direito das tais "minorias" que gostam da cultura que não dá caroço, mantendo o canal 2. Se assim não fosse, os manuais escolares passariam a ser substituídos pela VIP e a Hola, a Metropolitan e a Playboy. Os cursos universitários seriam cancelados pois não são essenciais com a formação rápida, hoje possível.
O facto dos patrões da RTP terem produzido, várias vezes, trampa adicional é da responsabilidade dos governos desde 1976 que não se conformaram com as responsabilidades de serviço público por ser necessário gerar muito caroço, para os administradores serem devidamente compensados dos seus esforços na sanita...
O Borges foi à RTP porque seria mau ser o Relvas...Então que fosse o 1º Ministro!
Quereis um povo submisso, conformado com a falta de direitos, dai-lhes trampa, senhores, dai-lhes trampa. Direitos das minorias para poderem disputar as maiorias é que não vale...

1 comentário:

Anónimo disse...

É assim mesmo!!