terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Egipto: população não aceita a sobrevivência do regime e hoje saiu à rua ainda com mais determinação

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Centenas de milhares de egípcios voltaram esta terça feira às ruas do Cairo e de outras cidades do país, para realizarem os maiores protestos desde o início da revolta contra o presidente Hosni Mubarak
Para além de outro tipo de considerações que se possam fazer, uma coisa é certa: a operação conduzida pelo regime de Mubarak de desmobilizar as pessoas, de as fragmentar bem como às suas organizações, de deixar que o regime fique como único protagonista dos processos de "mudança", não resultou. Falharam o regime e os EUA e de Israel que ainda ontem afirmavam o seu apoio à continuidade de Mubarak até eleições...

E isto aconteceu depois de um início de "conversas" com algumas organizações da oposição, que não respondeu a nenhuma das suas reivindicações, depois do aumento de 15% nos salários da Função Pública e das Forças Armadas bem como das pensões de reformas, depois de o regime ter hoje anunciado a libertação de 34 presos políticos que não identificou, depois de nos últimos dias, em todo o mundo, os amigos de Washington tenham conduzido uma formidável campanha mediática contra os "perigos do fundamentalismo , contra as evidências que uma imprensa mais livre recolhe no local, que sublinha não existir nenhum "fervor islâmico" e que o cerne das reivindicações são a melhoria das condições sociais, o combate à corrupção, a queda do regime (fim do governo, dissolução do parlamento, revisão da constituição), a libertação dos presos políticos e o fim do estado de emergência
No "diálogo" participaram o Wafd, partido liberal, o Tagammu, conhecido como de esquerda e alguns activistas mais destacados, empresários e outras figuras públicas. Com a Associação Nacional para a Mudança, dirigida por Mohamed El-Baradei, o governo reuniu à parte. À parte ainda ficou a Direcção Unificada dos Jovens revolucionários revoltados, que inmclui várias organizações e o movimento de Baradei.

O que parece ser mais problemático é a situação das Forças Armadas e da polícia. Os EUA financiam o poderio militar egípcio com verbas chorudas para compensar a traição de Mubarak para com os palestinianos e o seu entendimento com Israel. Os EUA têm controlo sobre as chefias. Até agora não são evidentes fissuras internas no aparelho militar e repressivo para garantir perspectivas pacíficas.

Tem-se ainda falado muito do que 2  semanas de insurreição custaram ao país. Devia falar-se mais da situação que se arrasta, com perigos, devido à tentativa de sobrevivência do regime, para que o Egipto continue na esfera de influência dosa EUIA e a fazer os jeitos a Israel.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando vemos esta gente a arriscar a vida pela liberdade e pela democracia só podemos sentir vergonha pela forma como tantos desprezam o que temos por garantido.

Maria