O candidato conservador, Sebastián Piñera, foi o mais votado na 1ª volta das eleições presidenciais, com 44,0% dos votos, seguido por Eduardo Frei, candidato apresentado pelos partidos da Concertación (apoiantes do actual governo social-democrata de Michelle Bachelet, que terminou o seu segundo mandato com forte apoio popular), com 29,6 %. Seguiram-se o independente ex-apoiante do governo Marco Henriques-Ominami, com 20,1 % e Jorge Arrate, de esquerda, apoiado pelos partidos comunista e socialista, com 6,2%.
Frei e a Concertación dão como adquirida uma vitória na 2ª volta, esperando que as candidaturas independente e comunista apelem ao voto em si. Mas isso não está claro. O Chile arrisca a ter na presidência gente afecta ao antigo ditador Pinochet.
Jorge Arrate introduziu nesta 1ª volta alguns temas relevantes que Frei é chamado a partilhar. São elas a convocação de uma Assembleia para elaborar um nova constituição democrática, o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, a renacionalização da indústria mineira e do cobre, em particular, fim das privatizações, reforma da Educação que contenha o processo da sua privatização e a gratuitidade da Saúde e Educação, incluindo a universitária.
A derrota da Concertación era esperada, e o candidato da direita beneficiou do descontentamento popular. Desde o fim da ditadura de Pinochet os partidos que a integravam, quando no governo, não tomaram medidas para inverter o curso económico e social que tinham herdado nem foram suficientemente firmes contra Washington.
Nesta eleição renovaram-se também 38 lugares do Senado e foi eleita a totalidade da Câmara dos Deputados.
Os comunistas e seus aliados mais próximos tiveram uma importante votação e romperam com o acesso que lhe estava vedado ao Parlamento. Não estavam no Parlamento desde há 36 anos, quando do golpe de Pinochet. O Presidente e o Secretário-Geral do Partido, respectivamente Guillermo Teillier e Lautaro Carmona foram dois dos três novos deputados eleitos.
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