Apesar de os assesssores de imprensa de Obama terem lançado alguns pretensos paliativos para adoçar a intervenção de Obama de ontem à noite, como a "nova atitude", o se ter iniciado o caminho para a saída em três anos e outras novas promessas diferentes das anteriores, Obama vai fazer o que uma crescente opinião norte-americana e mundial vinham advertindo: Obama aposta na guerra e em força...
Se juntarmos as muitas peças do gigantesco puzzle que é a sua visão e planeamento estratégicos, cada vez menos distintos dos de Bush, compreendemos porque Obama consumou ontem a desilusão daqueles que o fizeram Presidente pelo voto da esperança na mudança.
O sentido do "Yes, we can" inverteu-se. Em menos de um ano a administração norte-americana, agora com este presidente, revelou a sua incapacidade de assumir um outro paradigma para os EUA e a sua determinação em reforçar o paradigma do império.
Protecção ao golpe das Honduras, transformar a Colômbia numa base de agressão aos países latino-americanos, o envolvimento da CIA em operações de desestabilização da democracia em vários destes países, manter um colete agressivo em torno da Rússia e da China, a que novos atentados na Rússia vêm criar novos receios, manter a ferro e fogo o seu poder sobre as fontes de petróleo e dos circuitos do narcotráfico, como fonte de financiamento de vastas operações de desestabilização e de tráfico de armas, crítica ao sitema judicial americano por ter prendido e julgado os agentes de uma estação da CIA no seu território pelo rapto e tortura de presos de guerra, o apoio à política repressiva de Israel, etc, etc, etc.
Só um grande esforço de imaginação pode manter o crédito numa mudança com origem no novo presidente.
As decisões ontem anunciadas de reforço assinalável da presença militar dos EUA no Afeganistão e a não redução de forças no Iraque são de uma gravidade extrema. Mas Obama terá a resposta dos que querem a paz, a democracia e o desenvolvimento.
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