terça-feira, 30 de setembro de 2008
O endividamento das famílias portuguesas com a habitação, um estudo de Eugénio Rosa
A actual crise financeira, que começou nos EUA, um país apresentado durante muito tempo pelo pensamento económico neoliberal dominante em Portugal, nomeadamente a nível dos media, como exemplo a seguir no campo da segurança e solidez, do crescimento económico e do emprego, crise essa que se alastrou por muitos outros países, como consequência de uma globalização totalmente desregulada para não dizer mesmo selvagem imposta pelo capital financeiro, está a ter em Portugal já consequências muito graves. No nosso País, que caminha a olhos visto para uma recessão económica que só o governo e os seus defensores se recusam ver e em tomar medidas para atenuar os seus efeitos, as consequências a nível das famílias portuguesas são cada vez maiores e mais dramáticas.
O número de famílias portuguesas com empréstimos para habitação eram já, em Julho de 2008, 1.8008.096 representando cerca de 49,5% do total das famílias portuguesas. E entre Dezembro de 2004 e Junho de 2008, o número de famílias endividas aumentou +24,6% e o valor total da divida cresceu em +48,1%.
Como consequência da crise gerada pela ganância do capital financeiro, só possível pelo domínio que este exerce sobre os governos, que ao desmoronar-se arrastam economias e as condições de vida de milhões de pessoas, em Portugal, entre Janeiro de 2005 e Julho de 2008, a prestação media total com o empréstimo destinado à aquisição de habitação aumentou 31,3%, mas a parcela destinada a amortização desse empréstimo diminuiu em -18,9%, enquanto a parte dessa mesma prestação destinada ao pagamento de juros cresceu em +75,3%. Por outras palavras, em cada 5 € pagos pelo devedor português apenas 1,44€ é destinada à amortização, ou seja , à redução da divida, enquanto 3,56€ destinam-se ao pagamento de juros. Como consequência, o número médio de anos necessários para pagar o empréstimo para habitação passou de 31 anos para 45 anos, ou seja, mais do que a vida activa da maioria dos portugueses. Entre 2004 e 2008, o valor total dos rendimentos das famílias portuguesas que estas serão obrigadas a entregar à banca para pagar só os juros de empréstimos para aquisição de habitação passará de 2.629,6 milhões de euros para 5.749,7 milhões de euros, ou seja, aumentará em 118,7%. E isto tomando como base a taxa de juros de Junho de 2008. E, entre Junho de 2008 e 18 de Setembro de 2008, a taxa de juros Euribor a seis meses, que serve de base ao crédito à habitação, já subiu de 5,13% para 5,22%
Embora os encargos com a habitação representem já uma parcela importante das despesas das famílias portuguesas, o Instituto Nacional de Estatística recusa-se em incorporar no índice de preços que publica mensalmente esta despesa. E a justificação que utiliza é que estas despesas destinam-se à “aquisição de um activo”. A recusa do INE em publicar um índice que incorpore os encargos das famílias com a aquisição da habitação só pode ser interpretada como tendo razões politicas, ou seja, visa ocultar o verdadeiro aumento de preços para as famílias portuguesas, já que publica vários outros índices (IPC, IPCH, Indicador da inflação subjacente, etc.). Se este índice fosse publicado naturalmente a taxa de inflação seria muito superior à oficial, o que tornaria à propaganda do governo e do patronato mais difícil de ocultar a degradação real das condições de vida em Portugal, nomeadamente dos trabalhadores. O INE presta assim um bom serviço ao governo e aos patrões, mas um mau serviço ao País pois ao contribuir para ocultar a descida real do poder de compra dos salários e das pensões de reforma em Portugal contribui para que continue.
O aumento dos juros está a contribuir fortemente para a degradação das condições de vida em Portugal, nomeadamente dos trabalhadores. É urgente que sejam tomadas medidas para impedir que a situação atinja níveis insustentáveis. E não é suficiente a baixa do chamado “spread”, pois os “spread” mais elevados aplicam-se mais aos empréstimos mais recentes. Uma medida mais adequada seria uma bonificação nos juros, como já existiu no passado, financiada em parte pelo Orçamento do Estado, e se possível em parte também pela banca, reduzindo os elevados “spread” e também os juros que cobra, destinada nomeadamente às famílias em que a taxa de esforço seja elevada (por ex., acima dos 25%) e com rendimentos baixos (por ex. abaixo dos 1.600 euros por mês), e sem ligações a famílias ricas. Se isso não suceder, com a continuação do aumento da taxa de juros, milhares de famílias entrarão em ruptura e em falência, e o crédito mal parado disparará, como já está a acontecer.
O choque da Câmara dos Representantes, hoje em The Economist
AA
Teria sido uma das leis mais desagradáveis que o Congresso teria tido tão perto de aprovação. Dedicar 700 biliões de dólares do dinheiro dos contribuintes para resgatar indústria menos popular do país não era claramente um voto vencedor. Os líderes democratas e republicanos do Congresso que realizou os levantaram os narizes neste fim-de-semana e surgiram com a Lei de Estabilização Económica de Emergência, provas encorajadora de que eles tinham avaliado a gravidade da crise financeira. Mas com uma votação de 228 contra 205, o plenário rejeitou-a. Os mercados financeiros mundiais caíram rapidamente. A média industrial Dow Jones caiu mais de 700 pontos, a maior queda diária nunca registada. Os preços do petróleo caíram de 10 para menos de 97 dólares o barril. A Câmara votou contra o projecto, apesar dos esforços dos dois candidatos à presidência. "Isso é algo que todos nós vai ter dificuldade em engolir mas que teremos de levar para a frente ", tinha dito John McCain. Barack Obama tinha acrescentado que "O que não podemos fazer é não fazer nada." Na segunda-feira foi justamente isso o que a Câmara decidiu fazer. A Casa Branca emitiu uma declaração expressando o seu grave desapontamento e prometeu criar uma equipe económica para examinar os próximos passos. Continua a ser possível uma nova votação da Câmara. O Senado iria votar mais tarde esta semana. Esperava-se que o projecto de lei passasse com grande maioria. Os legisladores de ambas as partes obtiveram concessões de Hank Paulson, o secretário do Tesouro, para obterem cobertura política necessária. Mas eleitores pareciam pouco convencidos. Numa sondagem Gallup nos USA Today, realizada em 24 de Setembro apenas 22% eram favoráveis à proposta do Sr. Paulson, enquanto 56% queriam algo diferente e apenas 11% preferiam que nenhuma acção fosse tomada. Pelas normas legislativas o Congresso movimentou-se rapidamente depois de Paulson e o Sr. Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal, terem proposto a acção em 18 de Setembro, avisando de sérias consequências e mal-estar se nada fosse feito. Na semana passada a crise financeira eclodira em formas ainda mais perigosas a nível mundial. O mercado interbancário de fundos tem apreendido e até mesmo as mais solventes corporações e empresas financeira estarem a pagar taxas punitivas. Na semana passada o Washington Mutual tornou-se no maior banco americano a falhar. Na Europa, três países tinham que sair para a salvação da Fortis, um grupo bancário belga, e a Grã-Bretanha fez o mesmo com um credor hipotecário, Bradford & Bingley. E na segunda-feira o Citigroup concordou em comprar a maior parte dos activos do Wachovia, outro banco americano sitiado, num negócio intermediado pelas entidades reguladoras. A nova lei teria fornecido ao Fed uma ferramenta adicional para combater a última fase da crise: partir de 1 de Outubro pagaria juros sobre as reservas que os bancos mantêm no Fed. Isso tê-la-ia deixado bombear uma quantia quase ilimitada de dinheiro no mercado monetário, sem medo de taxas de juros caindo para zero, em estilo japonês. O Sr. Paulson, ou o seu sucessor teria recebido imediatamente biliões, mais 100 biliões, à discrição o presidente da discrição e 350 biliões após a aprovação do Congresso. O Programa de Socorro aos Activos com Problemas, seria autorizado a comprar certificados de garantias imobiliárias, todos emprestados (aqueles que não estão agrupados em conjuntos) e, em consulta com o presidente da Reserva Federal, qualquer outra coisa necessária para estabilizar o sistema financeiro. Isso inclui a tomada de controlo de sociedades inteiras. O Sr. Paulson disse no domingo que assumiria o poder de afastar o " risco sistémico potencial da falência desordenada de um grande instituição financeira", incluindo a capacidade de intervir numa empresa (bail-out) e punir os seus proprietários, como foi feito com a Bear Stearns, Fannie Mae, Freddie Mac e AIG. Teria vontade de invocar esse poder em breve, atendendo à frequência com que as instituições estão a desabar.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Constituição do Equador aprovada com grande maioria
domingo, 28 de setembro de 2008
As razões para não salvar a Wall Street e as alternativas, por James Petras
sábado, 27 de setembro de 2008
Paul Newman
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
O plano de bail-out
O segundo foi que os interesses dos contribuintes "deveriam ser protegidos"...
A frase de fim-de-semana, por Jorge
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
A vaga securitária e a rapidíssima de Sócrates
“Tal como veio se desfez a «vaga de crimes» que, durante dias e dias do final de Agosto e numa inaudita e nada inocente mediatização, adensou justas e legítimas preocupações e sentimentos de insegurança dos cidadãos face à criminalidade prevalecente na sociedade. O curioso é que foi precisamente na crista dessa «onda» que o Presidente da República promulgou a Lei da Segurança Interna e o Governo nomeou o super-polícia Secretário-Geral da Segurança Interna, no que pode ser considerado uma nova e alarmante vaga, essa sim real, a vaga securitária” (José Neto)
“Há uma anedota com barbas sobre um homem que se vai queixar ao stand onde comprou o seu automóvel que este tinha defeito: Quando metia as mudanças na auto-estrada, da 1ª à 5ª o carro aguentava bem, mas o motor partia «quando lhe metia a Rapidíssima».
Ao ouvir José Sócrates em Guimarães falar da Força da Mudança e de como Portugal é um oásis, lembrei-me da anedota e fiquei a pensar: será que esta gente acredita que é possível convencer o nosso povo que a Mudança que levam colocada é a Rapidíssima e não a Retaguarda? “ (Manuel Gouveia).
terça-feira, 23 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
O trânsito aéreo no planeta durante 24 horas
domingo, 21 de setembro de 2008
O equinócio está aí..., por anamar
SOL rumo ao Inverno. As civilizaçoes solares antigas acreditavam que o
SOL morria no entardecer e era ressuscitado no dia seguinte. Durante a
noite ele cruzava o Reino dos Mortos, levado, segundo os egipcios, em
uma barca...
Mas a tradiçao ocidental liga o Equinocio á água, em especial, á água do mar!
E que maravilhoso é contemplá-lo!
Portugal visto pela ips, a partir de dados da OCDE
Os indicadores económicos e sociais periodicamente disponibilizados pela União Europeia (UE) colocam Portugal em níveis de pobreza e injustiça social inaceitáveis para um país que integra desde 1986 o "clube dos ricos" do continente. Mas o golpe de misericórdia veio da avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), de que nos próximos anos Portugal ainda se vai distanciar mais dos países avançados.
A produtividade mais baixa da UE, as baixas inovação e vitalidade do sector empresarial, as deficientes educação e formação profissional, a má utilizaçãodos fundos públicos, com custos excessivos e resultados escassos, são os dados destacadas pelo relatório anual sobre Portugal na OCDE, que reúne 30 países industrializados.
Os analistas políticos e económicos concordam que, ao contrário Espanha, Grécia e Irlanda (que faziam também parte da "grupo dos pobres" na UE), Portugal não foi capaz de explorar esses fundos que fluíram ininterruptamente de Bruxelas durante quase duas décadas.
Em 1986, Madrid e Lisboa aderiram à então Comunidade Económica com índices europeus semelhantes em relação ao desenvolvimento, e já na década anterior, Portugal estava à frente da Grécia e da Irlanda no ranking da UE. Mas, em 2001, foi claramente ultrapassado por esses dois países, enquanto a Espanha se localizou perto do valor médio da UE. ”A convergência da economia Português com a mais avançada da OCDE pareceu-me deter-se nos últimos anos, deixando uma lacuna importante na O rendimento per capita ", diz a organização. No sector privado, «os bens de capital não são utilizados ou são alocados de forma deficiente e as novas tecnologias não foram incorporadas com rapidez" diz a OCDE. «A força de trabalho portuguesa tem menos educação formal que a dos trabalhadores de outros países da UE, incluindo os dos novos membros Europa Central e Oriental ", observa o jornal. Todas as análises sobre os montantes investidos concordam que o problema central não está na escala, mas sobre os métodos de distribuição. Portugal gasto mais do que a grande maioria dos países da UE em remuneração do emprego público em relação a seu produto interno bruto, mas não consegue melhorar significativamente a qualidade e a eficiência dos serviços. Com mais professores por aluno que a maior parte dos membros da OCDE, nem para obter uma educação e formação profissional competitiva com o resto dos países industrializados. Nos últimos 18 anos, Portugal foi o país que mais benefício per capita teve em apoios comunitários.
No entanto, após nove anos a aproximar-se dos padrões da UE, em 1995 começou a cair e as perspectivas hoje mostram que se está a distanciar ainda mais. Para onde foram os fundos da UE?
Esta é uma pergunta é insistente em debates televisivos e em colunas de opinião dos principais jornais do país. A resposta mais frequente é a de que o dinheiro engorda as carteiras daqueles que já possuem mais.
Os números mostram que Portugal é o país da UE com maior desigualdade social e os mais baixos salários do conjunto desses países, pelo menos até 1 Maio, quando a EU foi ampliada de 15 para 25 nações. É também o país do bloco em que os gestores de empresas públicas têm os salários mais elevados. O argumento mais frequente dos executivos indicou que «o mercado é quem decide os salários ". Consultado pela IPS, o ex-ministro das Obras Públicas(1995-2002) e actual deputado socialista João Cravinho negou esta teoria. "São os gestores que definem os seus próprios salários, e depois carregam a culpa no mercado ", disse. Nas empresas privadas com participação estatal ou nas estatais com accionistas privados minoritários, os "executivos estabelecem os seus vencimentos astronómicos (alguns atingindo os 90.000 dólares mensais, incluindo bónus e royalties), com a cumplicidade dos accionistas de referência ", disse Cravinho. Estes mesmos grandes accionistas "são simultaneamente executivos, e todo este sistema, basicamente, é em detrimento dos pequenos accionistas, que vêemuma grossa fatia dos lucros ir para as contas bancárias dos gestores ", lamentou o ex-ministro.
A crise económica que estagnou o crescimento nos últimos dois anos "está a ser pago pelas classes menos favorecidas", disse. Esta situação de desigualdade surge todos os dias com aspectos variados.
Mas os representantes de marcas de luxo como a Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati e Lotus (veículos que valem mais de 200.000 dólares), lamentam não poder dar resposta a todos os fornecimentos, com um aumento de 36 por cento na procura.
A evasão fiscal com impunidade é outro aspecto que tem castrado o investimento sector público com potencial impacto positivo sobre a superação da crise económica e do desemprego, que este ano chegou a 7,3 por cento da população economicamente activa. Os únicos contribuintes que cumprem plenamente com os cofres do Estado são trabalhadores contratados, cujos descontos são retidos na fonte. Nos últimos dois anos, o governo decidiu cobrar o imposto sobre essas cabeças, mantendo situações "obscenas" e "escandaloso", segundo a economista e comentarista de televisão António Pérez Metello. «Em vez de anunciar progressos na recuperação dos impostos aqueles que continuarem a rir na cara do Tesouro, o governo (conservador) decidiu virar-se para uma grande fatia das pessoas que já pagam o que é devido, e deixar intacta a nebulosa dos fugitivos fiscais, sem coerência ideológica, sem visão para o futuro ", criticou Metello.
A prova é explicada numa coluna de opinião por José Vítor Malheiros, nesta terça-feira no jornal Público que fustiga a falta de honestidade na declaração fiscal de profissionais chamados liberais. De acordo com esses documentos entregues ao Tesouro, médicos e dentistas declararam rendimentos médios anuais de 17.680 euros (21.750 dólares), os advogados 10.864 (13.365 dólares), os arquitectos 9.277 (11.410 dólares) e os engenheiros de 8.382 (10.310.
Estes números indicam que por cada seis euros que paga ao imposto, “rouba nove à comunidade”, uma vez que esses profissionais não dependentes deveriamcontribuir com 15 por cento de imposto para o trabalho singular e pagam apenas seis por cento disse Malheiros. Com a devolução dos impostos no fecho do ano fiscal, eles roubam mais do que pagaram, como se o homem do talho que nos vendesse 400 gramas de bife e nos fizesse pagar um quilograma. E existem 180.000 desses profissionais liberais, que, em média, nos roubam 600 gramas por quilo ", disse com sarcasmo. Se um país "permite que um profissional liberal com duas casas e dois carros de luxo declare rendimentos de 600 euros (738 dólares) por mês, ano após ano, sem serem questionados no mínimo por parte do Tesouro, e recebe ainda mais um subsídio do Estado para ajudar a pagar a escola privada dos seus filhos, significa que o sistema não tem moral ", disse.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
A frase de fim-de-semana, por Jorge
A manipulação rasteira do "el país"
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Em intervenção na AR, Francisco Lopes referiu que "hoje pela mão do PS escreve-se mais uma página negra dos direitos e interesses dos trabalhadores, da vida do nosso País". Francisco Lopes referiu ainda que "por muito que as associações patronais, os partidos que as representam, queiram impor o retrocesso, a perspectiva de avanço social e progresso civilizacional acabará por ser a opção, que se constrói hoje na acção política, na luta dos trabalhadores e do povo e se apoia no sentimento que se alarga da necessidade de uma profunda mudança política".
intervenção integral em http://www.pcp.pt/
ongs há muitas, até destas
O governo venezuelano decidiu hoje expulsar do país José Manuel Vivanco, funcionário da "Human Righs Watch" (HRW), organização não governamental baseada nos EUA, na sequência de um relatório que o governo considera ser grave ingerência na vida interna do país que apoia as actividades da extrema direita golpista.
O governo dos EUA, e não só, há muitos anos já que, para aproveitar uma imagem globalmente positiva das ONGs, particularmente dos campos humanitário e do ambiente, passaram a criá-las como instrumentos da sua política externa contra outros países.
A HRW é uma das "ONGs" com maior palmarés neste tipo de intervenções.
Vivanco foi activo colaborador da ditadura de Pinochet...
A Africom e a vida para além do capitalismo
Como os africanos não querem lá o AFRICOM instale-se o quartel-general em… Portugal! Em Beja mais propriamente, noticiou um diário português, adiantando que existem negociações com o governo português nesse sentido (Ângelo Alves) E quando o capitalismo se revela tão incapaz de resolver as suas contradições e de resolver os problemas do nosso tempo e os sofrimentos que impõe à humanidade, é altura de lembrar que há mais vida para além do capitalismo (Aurélio Santos)
A partir de hoje, Canções de Brecht, no Teatro Municipal de Almada
A partir de hoje e até 12 de Outubro, Luís Madureira e Teresa Gafeira vão ser os protagonistas deste espectáculo-concerto constituído por canções integrantes de obras teatrais de Bertolt Brecht, com Jeff Cohen ou Francisco Sassetti ao piano.
Luís Madureira tem dedicado especial interesse a trabalhos deste género, entre os quais se inclui, por exemplo, O poder do dinheiro, com a saudosa Fernanda Alves, espectáculo apresentado em 2006 no Festival de Almada.
Teresa Gafeira – que interpretou Mãe Coragem, de Brecht – apresenta-se pela primeira vez com Luís Madureira, cantor e actor.
O espectáculo – uma produção da Companhia de Teatro de Almada – é uma das criações de 2008 e integra-se no programa das comemorações do 30º aniversário da Companhia.
Intérpretes Luís Madureira, Teresa Gafeira, Jeff Cohen ou Francisco Sassetti (piano)
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Nepal aprofunda relações com a Índia
O novo Primeiro-Ministro Pushpa Kamal Dahal "Prachanda" iniciou ontem uma visita de cinco dias à Índia.
Em Bangalore, no início da visita, Prachanda disse que o Nepal iria adoptar uma política industrial para atrair investimentos estrangeiros no país.
Num encontro organizada pela Confederação da Indústria Indiana, Prachanda garantiu aos investidores a realização de rápidas mudanças na política industrial e de estrutura existente. Os investidores indianos presentes mostraram disposição para investir no Nepal.
Membro da Assembleia Constituinte e industriais, disse Deewakar Golchha as relações entre as duas economias seria reforçada nos próximos dias.
Industrialista Gyanendra Lal Pradhan, industrial indiano, manifestou a intenção consensual na Índia de construir o projecto hidroeléctrico Noumule, com uma capacidade de 250 megawatts e garantia de assistência e acrescentou que o compromisso do governo de criar projectos hidroeléctricos que podem produzir 10 mil megawatts nos próximos 10 anos.
Por seu lado, o Presidente do Câmara de Comércio e Indústria Nepal-Índia, Arun Choudhari afirmou que o comércio com a Índia cobre 70 por cento das relações externas do Nepal, e que o país está tem um enorme desequilíbrio comercial, e garantiu que o consenso verificado durante a visita, ajudaria a diminuir esse desequilíbrio.
Ashok Kumar Baidhya, empresário indiano, disse Índia concordou
A lista negra de Bush
Ainda no rescaldo da expulsão dos embaixadores dos EUA na Venezuela e na Bolívia, a administração Bush decidiu há dois dias não certificar a luta contra a droga realizada na Venezuela.
Este país que as Nações Unidas classificaram como o quarto que, em todo o mundo, mais lutou contra a droga em 2007, apoia simultaneamente em matéria e prevenção contra a droga 37 países. Relativamente a esse período Bush mandou dizer que ambos os países latino-americanos “falharam manifestamente” em igual período…e decidiu incluí-los numa “lista negra”.
A Venezuela, segundo o seu governo, foi-se dando conta, ao longo dos anos, que a suposta cooperação com a DEA DrugEnforcement Administration, de Secretaria de Esttado da Justiça dos EUA) não produzia resultados. O ex-embaixador da Venezuela nos EUA reagiu à decisão desta “não certificação”, afirmando que não faz sentido só ser aceite este modelo e combate à droga que origina a tal “cooperação”. Esse modelo tem falhado.
Na América Latina quem produz a matéria-prima recebe por isso uma miséria. As fases seguintes de fabrico, tratamento e distribuição, essas sim, alcançam valores astronómicos que, depois de devidamente “lavados” em off-shores entram, nos circuitos financeiros mundiais, com outros factores e operações, com os impactos bem conhecidos como a actual crise financeira nos revela.
Não deixa de se registar que esta guerrilha verbal não é aplicada com o mesmo zelo por Bush aos próprios EUA que continuam a ser o maior e mais destacado consumidor mundial de drogas nem aos seus grandes aliados Afeganistão e Colômbia, que deles recebem muitos milhões de dólares e são os maiores produtores mundiais de droga. A “lista negra” de desclassificações deste ano inclui 20 países dos quais 14 são da América Latina e Caraíbas, o que não deixa de parecer uma componente paralela do esforço de Bush em desestabilizar internamente estes países que têm registado uma assinalável viragem à esquerda para aplicar novas políticas económicas e sociais que libertem este sub-continente do subdesenvolvimento.
A actual crise financeira não pode deixar de nos chamar a atenção para o narcotráfico. A esta questão voltaremos.
notas sobre a crise financeira nos EUA e Europa
Hoje, avaliar se a economia vai bem ou mal é deduzido dos ganhos ou perdas dos índices
Esta separação da especulação financeira da base económica que a permitiu separa a economia das finanças e faz entrar os países
Os principais pólos desta actividade são hoje os EUA e a EU. A China, terceira grande economia mundial não está com essa perspectiva. Tem grandes taxas de crescimento mas também está acossada pela inflação. As duas primeiras representam 40% do PIB mundial que passa a 50% se lhe juntarmos a China.
Quer a Reserva Federal dos EUA quer o Banco Central Europeu têm alertado que as respectivas economias estão a parar de crescer. E a desaceleração da economia faz-se logo sentir na baixa do consumo e na subida dos preços da alimentação e da energia.
As três potências económicas já referidas são os maiores compradores de petróleo e matérias-primas no mundo. A contracção da sua procura por efeito da inflação e da recessão irá atingir os países que as exportam. A crise partiu do financeiro e está a atingir a economia real.
A intervenção do Estado que privatiza lucros passa a nacionalizar ou socializar os prejuízos. Injecta dinheiro nos grandes bancos e seguradoras para acorrer à sua absoluta necessidade de liquidez mas não resolve a solvência delas. As empresas deixaram acumular dívidas sem activos líquidos e estes estão apoiados em hipotecas não cumpridas. A intervenção actual do Estado e a compra por alguns concorrentes de empresas pelo preço da “uva mijona” facilita a concentração e adia – mas só adia – as falências clamorosas que se seguirão.
Dir-se-á que esta deriva resultou da falência das teses de Friedman e que a experiência mais recente confirmou que a separação de Economia e Estado era uma ficção. Sem duvida que o era. A dinâmica capitalista sempre precisou do Estado para legislar de acordo com os seus interesses, para privatizar e liberalizar, para favorecer os grandes grupos e para intervenções coercivas quando se trata de socializar perdas. A dinâmica do capitalismo só permitiu regulamentações para a globalização que fossem do interesse de grandes potências e multinacionais e não para as actividades que originaram estas derivas. E na crise actual pesou a incapacidade para adoptar uma regulamentação comum para novas instituições financeiras, bancos correctores de investimento, edge funds, baseados em off-shores e mercados de derivativos, que ficaram fora da autoridade dos reguladores, e em que os responsáveis de bancos e seguradoras se envolveram de forma completa e premeditadamente irresponsável e pondo em causa não só os dinheiros dos particulares mas também o emprego de milhares de trabalhadores. Que fizeram tábua rasa das medidas protectoras montadas depois da grande depressão de 29. Nos EUA foi um fartar vilanagem de desregulamentação em benefício da cobiça e da burla. As pessoas que confiavam no sistema ficaram de fora, não contaram. As suas poupanças, impostos e pensões estão agora a financiar a oxigenação dos bancos, dos credores destes e dos seus próprios administradores. Não é previsível que o capitalismo recupere boas maneiras…E os “bosses” destas empresas – lia eu hoje - ainda estão a receber os seus chorudos salários, mordomias e prémios pelo seu bom desempenho!...
Ah, e no meio disto os EUA ainda têm tempo para fazer a fuga para a frente aquando de outras crises anteriores: pôr o mundo a ferro e fogo.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
"couleur café" traz-nos serge gainsbourg
Dia 18 de Setembro às 21.30 h
No Instituto Franco-Português
Bilhetes a 5 euros
Há mil viagens a fazer à volta de Serge Gainsbourg.
A riqueza da sua obra encontra-se nas suas letras e músicas, na sua provocação e sensibilidade, nas palavras duras ou terenas, nas suas diferenças e indiferenças, nas suas idéias fortes e gritos de revolta.
“Couleur Café”
Luanda Cozetti (voz)
Norton Daiello (baixo)
Thierry Riou (piano)
Guto Lucena (saxofones)
Milton Batera (bateria)
Link útil:
http://www.ondajazz.com/couleur%20cafe.htm
Bolívia: o receio do pior
Robert Mugabe e Tsvangirai assinam acordo de partilha do poder
O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, assinaram ontem, um acordo para a formação de um novo Governo de união nacional com 31 ministros, tendo sido atribuído o cargo de Primeiro-Ministro a Tsvangirai, segundo a imprensa local
O acordo, assinado sob a égide do Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, prevê que Robert Mugabe mantenha a Presidência do país, com a tutela das Forças Armadas. Morgan Tsvangirai será o primeiro-ministro com responsabilidades alargadas, entre elas a tutela da Polícia.
Assinaram os documentos os dois principais líderes políticos do Zimbabwe, nomeadamente o Presidente Robert Mugabe e Morgan Tsvangirai, líder do principal partido da oposição MDC, bem como o presidente da ala dissidente do MDC, Arthur Mutambara.
O entendimento concluído após cinco meses de violência e negociações, ontem assinado entre o Governo e a oposição no Zimba-bwe, estabelece a partilha do poder entre o partido Zanu-PF e o MDC e termina com a hegemonia do partido de Mugabe na liderança do país.
O acordo, assinado sob a égide do Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, prevê que Robert Mugabe mantenha a Presidência do país, com a tutela das Forças Armadas. Morgan Tsvangirai será o primeiro-ministro com responsabilidades alargadas, entre elas a tutela da Polícia.
Presidiu ao acordo a partilha do poder. Nada foi dito sobre opções políticas futuras.
Este é um acordo que pode ser muito instável, nomeadamente se o novo governo aceitar a influência no processo de potências ocidentais como a Inglaterra com a capacidade de ingerência interna já provada. Os próximos tempos o dirão.
ME agrava tensões com a ANMP
Expressões como “intriga política”, “quem se deixa influenciar por intrigas” está a revelar “alguma coisa de si próprio”, a ANMP “não vai bem” quando adopta uma “postura reivindicativa e até sindicalista” ao encarar que a transferência de competências possa envolver contrapartidas e benefícios, “tentativas de boicote” (citação do diário digital).
Quando esta questão da transferência surgiu há uns vinte anos, surgiu já num quadro em que a lógica não era a de que isso seria contributo para a elevação da qualidade de ensino, mas sim de que o Estado transferia os encargos das escolas, com reduzidas contrapartidas para as autarquias, fazendo perigar não só as vantagens dessa transferência mas também aspectos positivos registados sem ela.
Não foi, por acaso que, durante vinte anos só parte dessa transferência foi feita. Porque o restante implicava compromissos que a administração central não estava disposta a assumir.
A ANMP tem participado em todas as negociações para que isso aconteça e as autarquias estão naturalmente alertadas para que o ME poderia “pescar à linha” algumas delas para criar “factos consumados”. Introduzir isto seria meio passo para anarquizar mais as relações entre os dois patamares da administração e causar sérias dificuldades às autarquias. A assinatura de acordos hoje realizada pode contribuir para isso e implicará um sério acompanhamento por todos os membros da comunidade educativa. A ANMP entendia que faltavam clarificar algumas questões.
A Ministra tentou até dividir o Presidente da ANMP, Fernando Ruas, do Vice-Presidente, António José Ganhão, que nestes anos tem acompanhado, de forma empenhada este processo.
Não terá sorte e vai ter que encarar o diálogo mais consequente.