quinta-feira, 14 de maio de 2015

O rolo compressor da direita quer acabar com o país


Os trabalhadores da Carris cumprem hoje uma greve de grande importância para a democracia portuguesa.
Protestam contra a subconcessão (leia-se privatização de facto) dos importantes serviços que prestam à população.
Protestam contra condições de trabalho desumanas e uma política de desgaste da empresa no ponto de vista do pessoal, das condições técnicas e de segurança, dos trajectos eliminados ou encurtados, que preparem as melhores condições que os privados querem, para em seguida despedirem, partirem a empresa, reduzirem trajectos, aumentarem preços.

É por esta altura que insistem avidamente na privatização da TAP, feia à pressa, em vez de aproveitarem os apoios à sua exploração que a UE ainda poderá, se o quiser, fazer.

Ainda é dos dias de hoje que o governo não contesta judicialmente as decisões do tribunal europeu que nos quer fazer pagar financiamentos aos Estaleiros de Viana do Castelo, segundo ele, indevidos, mas que à luz do direito comunitário são válidos naquelas circunstâncias.

As projeções macroeconómicas da UE são más para Portugal no que à dívida diz respeito mas Passos Coelho continua a dizer que estamos melhor e nos desempenhamos melhor que a Grécia...O governo não prepara o país para o que a eventual saída da Grécia da UE - cenário cada vez mais provável.

O governo  não discute  várias atitudes que o país tem pela frente quanto à sua permanência na zona euro:
1) Continuarmos a cumprir com regras em que o crescimento previsível do PIB não vai suportar como forma de suster o contínuo crescimento dos juros dos empréstimos (é irrealista projectar uma descida da relação dívida/ PIB, em 20 anos de austeridade permanente, de 130% para 60%) ;
2) Ir em apoio do PS quando este fala de alguma flexibilidade do Tratado Orçamental, quando isso não corresponde ao aí disposto;
3) Reconhecer que o Euro foi um falhanço e que em 98 a  adesão de Portugal não  deveria ter ocorrido face à reconhecida falta de competitividade da economia, mesmo com a conversa da "moeda forte"...E quando agora estamos mais endividados e sem capacidade estrutural da economia lhe corresponder;
4) Em consequência, e não ficando apenas na expectativa, criar condições para a saída do euro e recuperar as margens de liberdade soberanas que decorrem da emissão da nossa própria moeda.

A continuar assim, o governo quer dar cabo do país. Mas antes teremos que dar cabo dele.

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