sábado, 9 de maio de 2015

O Dia da Vitória em Moscovo: não é fácil refazer a História

1. Na situação particular do bloqueio à Rússia, a propósito dos
acontecimentos na Ucrânia, a campanha para distorcer a verdade histórica sobre a 2ª Guerra Mundial atingiu níveis de paranóia mas à escala mundial.
Os chamados "dirigentes ocidentais" que não estiveram na Praça Vermelha para renovar um tributo ao povo russo que foi quem mais cidadãos viu serem mortos na 2ª Guerra logo seguida pela China, deixam o povo russo perplexo.
Os dirigentes do golpe em Kiev que tomaram o poder, há anos sem ainda o ter legitimado à luz da legitimidade democrática, foram apoiados no golpe e são-no nos dias de hoje pelos tais "dirigentes ocidentais. Mas a natureza deste poder é a dos herdeiros dos partidos colaboracionistas com a Alemanha Nazi, os seus heróis são os "heróis" nazis de então.
Foi com toda a naturalidade que os tais "dirigentes ocidentais" se colaram aos fascistas e nazis de Kiev. Com naturalidade viram ser perseguidos cidadãos de origem russa oriundos da Crimeia, das outras zonas independentistas e residentes noutros zonas incluindo a capital Kiev. Os habitantes da Crimeia votaram de forma esmagadora, nesta situação, pela reintegração na Rússia, que esta aceitou.
Em duas outras regiões o mesmo aconteceu mas agora Kiev entrou no caminho da provocação militar em vez do diálogo. A situação tem-se agravado.

2. Os soviéticos nunca reclamaram o exclusivo da paternidade da vitória de 1945. Mas foram eles quem mais sofreu com a invasão alemã e teve a capacidade para reverter o sentido da guerra a partir de uma resistência sangrenta e de batalhas como as de Stalinegrado e Kursk, perseguindo os alemães até ao seu próprio território.
Foi com tais resultados que a Inglaterra, os EUA e países aliados de ambos, se decidiram pela abertura da 2ª frente, na Europa e na Ásia no seu conjunto. Se isso não tivesse acontecido, ter-se-ia consumado uma das maiores vergonhas da guerra. Muitos dirigentes ocidentais alimentavam a idéia de deixar Hitler acabar com a Rússia que então eles acabariam com os nazis. Estes diferendos ficaram afastados com a vitória, mesmo que a futura guerra fria já estivesse a funcionar.

3. Muita gente em todo o mundo percepciona que uma nova guerra poderá acontecer a partir os acontecimentos da Ucrânia, de um agravamento da situação em larga escala no Médio Oriente, com um actor cada vez ,mais forte, Israel. Com o desencadear de provocações golpistas e ameaças militares contra países da América do Sul. Com a proliferação de grupos terroristas constituídos por mercenários na sequência de outros já criados pelos EUA, alguns países europeus e Israel, como a Al Qaeda, o Estado Islâmico (Daesh), o Boko Haran, e outros regionais.
Drones, assassinatos selectivos por snipers e drones, bombardeamentos em larga escala.
Mas também o agravamento do domínio imperialista do comércio mundial, os resgates e "reestruturações".
Quem não esteve hoje em Moscovo prepara isso,

Putin voltou a estender-lhes a mão para uma alternativa de cooperação.
A Rússia e o conjunto dos povos de novo ameaçados estiveram em Moscovo revelando a determinação em fazer frente ao imperialismo em diversos planos, a partir de novas instituições alternativas que já estão a funcionar.

2 comentários:

Anónimo disse...

António Abreu, acabei de ver o video da RT e não só com a transmissão integral da Parada Militar em Moscovo na Praça Vermelha e a Frau Merkel não esteve presente. recusou-se a ir. Irá amanhã a Moscovo depor uma coroa de flores.
Natercia Pedroso

Anónimo disse...

De relevar a participáção do Exército Popular de Libertação da CHina e do Presidente da China /Secretário Geral do PCC Xi Jinpping (filho de um participante da Longa Marcha, se não estou erro Vice primeiro Ministor quando Zhou Enlai era chefe do governo, etc).

Pois é o mundo mudou e os sinais começam a ser mais que muitos.

Francisco Silva