Os
EUA, a UE e a NATO estão mais perto da fronteira russa, objectivo de há muito
assumido pelo imperialismo norte-americano para tentar acabar com uma potência
que definiu como inimigo estratégico, golpeando perto de uma zona relevante da
marinha russa (Crimeia, Sebastopol).
Hoje
sucederam-se declarações da Rússia em defesa dos russos que vivem na Ucrânia,
do “novo governo ucraniano” garantindo que qualquer iniciativa militar russa a
partir de Sebastopol não seria tolerada, da NATO ameaçando a Rússia e contactos
entre o presidente do parlamento da região autónoma da Crimeia e populares que
querem manter uma boa relação com a Rússia.
As consequências destes acontecimentos já nada têm a ver com a necessidade de serem melhoradas as condições de vida na Ucrânia.
As consequências destes acontecimentos já nada têm a ver com a necessidade de serem melhoradas as condições de vida na Ucrânia.
A RR on-line referia hoje que “Milhares de manifestantes enfrentaram-se, esta quarta-feira, junto ao parlamento regional da Crimeia, após os últimos desenvolvimentos na Ucrânia, levantando o espectro de uma eventual separação ou intervenção russa na zona” e que “A península tem sido disputada ao longo dos séculos. Foi invadida pelos nazis, na II Guerra Mundial, e, depois, integrou o regime Soviético. Contudo, em 1954, foi transferida por Nikita Kruschev para a esfera da Ucrânia.”
As consequências destes acontecimentos já nad
A
RR devia reflectir melhor, com todas as evidências de que dispõe, sobre quem
tomou a iniciativa de dividir habitantes na Ucrânia e quem está hoje a ameaçar
quem.
Não
está claro como as coisas vão evoluir. Com a paralisação da actividade
económica, a Ucrânia está à beira da bancarrota e não está claro em que
condições vão os EUA e a UE dar a “ajuda” que já anunciaram e quando, tendo em
conta que os golpistas têm pela frente a tarefa de constituir novas
instituições que possam ser interlocutores com a comunidade internacional.
Quanto
à motivação e mobilização para o golpe, não há dúvida que a extrema-direita e
os nazis cavalgaram o descontentamento com as condições de vida (que uma parte
dos ucranianos espera resolver com a integração europeia…).
E
também é verdade que a maioria que governava o país, através do seu presidente
e das oligarquias que lhe estavam associadas, colocou na rua polícia que, em
resposta às provocações, tomou iniciativa de ataque, apesar de nunca ter
chamado o exército a intervir. Ianukovitch foi agora acusado pelos golpistas de
ter feito o assassínio em massa de 80 pessoas. Mas não está claro quem matou
quem e os snippers no cimo de prédios abateram quer revoltosos quer polícias,
não tendo sido fazer a perícia policial aos corpos, nomeadamente o tipo de
balas que os tinham abatido porque os nazis organizados os removiam
imediatamente para outros locais.
Isto
não significa que, numa lógica de “preto e branco”, sintamos especial simpatia
por Ianukovitch no seu confronto com Timoshenko, que está associada a outros
oligarcas. Esta alternância desde os anos 90 não é expressão da luta de classes
existente na sociedade. Uns e outros representam o grande capital nos sectores
primário e secundário da economia que coloca os trabalhadores em pauperização e
falta de resposta do Estado nos planos sociais e de distribuição de alimentação
e outros meios de subsistência.
A
revolta foi sem dúvida apoiada e organizada pelos EUA e a UE que deram campo de
manobra aos nazis e não reagiram aos assaltos a sedes do PC da Ucrânia, que era
crítico da política de Ianukovitch, que está em processo de ilegalização pelas
novas autoridades “democráticas”.
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