quarta-feira, 3 de julho de 2013

Serras de Aire e Candeeiros um parque natural no maciço calcário estremenho - o Reino da Pedra!, por Jorge


Eram fundos do mar.
Neles sedimentaram durante éons os precipitados carbonatados e as microconchas de minúsculos animais marinhos e assim foi formada a rocha branca cujos cubinhos cobrem as calçadas de Lisboa.
Há uns 150 milhões de anos, esses fundos calcários iniciaram uma lenta ascensão, impelidos pela formidável tectónica das placas continentais sobre as quais vivemos.

E assim nasceram essas imponentes massas montanhosas, como pequenos alpes, na Estremadura..

Em certa época, durante as poucas dezenas de milhões de anos ainda pela frente até serem extintos, por ali andaram descomunais dinossáurios patinhando na lama das lagunas costeiras, devorando algas ou devorando devoradores de algas.


as ''fórneas'', anfiteatros naturais cavados pela erosão (Alvados)
As marcas dos

e o sol que as partiram (cascalheira)até parecem artificiais, mas foi o gelo






pedreiras - uma praga (400! muitas delas chinesas...) 
seus passeios são hoje visíveis, mas lá
até parecem naturais, mas foi o martelo dos agricultores-pedreiros que as talhou
a maior ''sala'' conhecida - 80x30m, alt.40m (Algar do Pena)


a serra e as manchas de giesta.
Ver Anexo
estalactites (idade - a 2cm por século, 'é só fazer a   s contas'...)
A água sai de todos os lados na serra
indiscutíveis pegadas
no alto, nos cimos descarnados.



Maciço. Como um bloco?
Nem tanto: esburacado pela acidez da chuva, 40% do seu volume é já um intrincado ôco com 3 mil grutas conhecidas extensas de quilómetros, algares, poços, galerias, "salas", cavidades....
E a chuva, que rapidamente se infiltra pelas fendas sem quase molhar a superfície, acumula-se nas profundidades em rios, lagos, sifões e lençóis subterrâneos, formando um gigantesco sistema aquífero, o 2º maior do território, equivalente a 30 Alquevas!
Dessa água bebe Lisboa.
Um mundo a outra escala, com muito vagar pela frente, palco de manobras e transformações lentas e poderosas, de que mal ou mesmo nada nos apercebemos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante.

Graciete Rietsch disse...

Lindíssimo!! Já por lá andei e vi umas grutas em que até o respirar das pessoas feria aquela extraordinária beleza.

Um beijo.