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Que o governo careça de uma mãozinha do PS para recuperar credibilidade (?) cá e lá fora, depois de tanto ter identificado este partido com uma situação desgraçada que recebeu, é opção que não ajuda muito. Sei que os patrões da Europa não deixarão o PS deslizar para um qualquer "populismo" (2) e que isso não lhe está no código genético alterado. É degradante que o PS e os partidos do governo tenham condicionado o funcionamento da AR para permitir
Que nos media se considerem as opiniões de política alternativa da verdadeira esquerda insignificantes, é um desrespeito constitucional porque a Constituição não obriga à austeridade de consequências particularmente graves para os que menos têm, não identifica austeridade com falta de investimento que faça crescer a economia e o emprego, nem com despedimentos em massa nem com novos cortes que vão atingir os mesmos de sempre...A Constituição permite e a esquerda tem propostas alternativas competentes em matéria de renegociação de um memorando acordado pela troika, de canalização de recursos financeiros para a produção e para actualizações salariais e de pensões que permitam o alargamento do mercado interno, de alterar a correlação entre trabalho e capital, de redução das assimetrias sociais. Quem disser que isto não é possível, mente. Muitos do que o dizem, mentem com todos os dentes. Só pensam neles e nos seus privilégios.
Tudo isto configura um mostrengo que nos tolhe a vida.
As eleições antecipadas vão revelar-se a única solução para espantar o mostrengo e
nos fazer sair deste pântano...
(1) agrupamento de partidos que, alternando-se na governação, garantem uma política de direita e a subserviência aos ditames da União Europeia e da NATO.
(2) A expressão adquiriu nos dias de hoje uma outra significação distinta da original. Os EUA se encarregaram do acerto de agulhas para se referir a um povo que fez a revolução, fazendo emergir líderes respeitados pelas massas. Com tal designação referiu-se, entre outros, a Nasser, Nehru, Vasco Gonçalves, Castro ou Chavez.
1 comentário:
Neste momento a minha maior dúvida é saber se será o governo do lado de cá, se o do lado daí, que cairá mais depressa.
Aí o pântano que descreves. Aqui um pântano semelhante, com mais os escândalos dos financiamentos do PP.
Interessante que nem Passos Coelho, nem Rajoy queiram demitir-se.
Beijinho, António
MJoão
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