terça-feira, 17 de novembro de 2009

A iminência de uma 3ª guerra mundial - 3/ As "revoluções coloridas, quem as pagou e os riscos de guerra

As “revoluções coloridas” que os EUA desenharam e realizaram na Europa Oriental, exploraram, com intervenções cirúrgicas, baseadas na contra-informação, tácticas de guerrilha e subversão urbanas, e aliciamento de personalidades carismáticas em diversos meios, formação política de quadros para a direcção de grupos, descontentamentos sociais de envergaduras muito diferentes, redução das capacidades de defesa dos partidos no poder por condutas burocráticas, em que a relação partido/povo se foi perdendo em detrimento do partido/estado, deixando a maioria da população com poucas referências e crédito para o regresso a formas de capitalismo puro e duro.

E que, pelas suas consequências, gerou novos descontentamentos, em sentido contrário em que hoje é valorizado o que se perdeu com a perda do socialismo, tal como tem sido referido por diversos estudos de opinião como um recente da Pew Global.

Foi muito importante a acção de apoio, coordenada através da CIA e de embaixadas, de ONGs, bem, como de think tanks, que hoje continuam a existir e a desenvolver actividades semelhantes noutros pontos, das quais alguns clubes nacionais como o Otpor na Sérvia, a coligação para a Democracia e os Direitos Humanos e o Kelkel no Quirguistão, People PowerDemocracy, na Ucrânia, o grupo de Saakashvili, na Geórgia, etc.

O financiamento e outros meios, como a criação de canais de TV, de rádio e jornais e revistas vinham através do National Endowment for Democracy (NED), criada pelo Congresso, a United States Agency for International Development (USAID), Freedom House, o National Democratic Institute do Partido Democrático, o International Republican Institute do Partido Republicano, a Eurasian Foundation ligada ao Departamento de Estado, Rádio Europa Livre e Rádio Liberdade ou por bilionários como Georges Soros, no caso da Geórgia.

As fórmulas seguidas nestes e noutras repúblicas da Ásia Central da antiga União Soviética, foram muito semelhantes. Uma observação atenta dos noticiários dessas alturas revela-o, sem necessidade de grandes estudos.

Estas alterações, todas ocorridas nas fronteiras da Rússia, criaram situações altamente desestabilizadoras propícias à eclosão de provocações com componentes militares. Por um lado, a tentativa de retirar a Rússia do seu comércio de petróleo com o ocidente, a pirataria do gás russo feito pela Ucrânia, por outro as provocações contra repúblicas autónomas por parte de Saaskashvili, da Geórgia que originou um grande massacre a que respondeu uma intervenção russa e a declaração de independência dessas repúblicas, acções terroristas de origem “islâmica” em várias repúblicas da Federação Russa, e ainda a in stalação de bases militares e a campanha contra o carácter “ditatorial das lideranças de Putin e Medvedev, criaram uma zona altamente instável, onde se continuam a verificar movimentos contraditórios, donde pode ser despoletada uma nova guerra.

Contrariar a corrente dominante imposta por alguns media, concertados e com grandes audiências à escala global, será difícil. Admitimos. Mas é seguramente o único que pode evitar o desfigurar da História contemporânea. E o único caminho honroso para quem se reclama da esquerda, seja ele ou não comunista.

Para não alongar este post, remetia os nossos caros leitores para sites onde estas questões estão devidamente fundamentadas. Sites com origem insuspeita de estarem ligados a simpatias de esquerda.


O combate contra Milosevic, no Washington Post de 11/12/2000 e no New York Times de 26/11/2000.

A revolta na Geórgia no Globe and Mail, de 23 e 24/11/2003.

A questão da Ucrânia e do petróleo no Guardian de 26/11/2004.

O golpe de estado “pós moderno” na Ucrânia na mesma edição do Guardian e a sua cobertura televisiva no ocidente na edição do dia seguinte, no mesmo jornal em 13/5/2005.

O apoio financeiro norte-americano e de outras origens nos acontecimentos da Ucrânia, na Associated Press em 11/12/2004, no Guardian de 7/12/2004 e no Globe and Mail de 15/4/2007.

A preparação da revolta no Quirguistão no New York Times de 30/3/2005 e no Wall Street Journal de 25/2/200

Os EUA, a mitologia do “power people” e os movimentos “pró-democracia” no Guardian de 1/4/2005

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