quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A iminência de uma 3ª guerra mundial - 2/ O fim da URSS, o desencadear de novas estratégias imperialistas e uma sucessão de guerras e conflitos

Depois do fim da URSS em 2001, os EUA e a NATO definiram e executaram objectivos e acções, de onde se destacam o cerco à Rússia e à China para impedir o surgimento de novas superpotencias que pusessem em risco o domínio imperial dos EUA, nomeadamente no grande continente euro-asiático (Eurásia) que seria garantido pelo domínio hegemónico nos planos militares, políticos e informativos, e que garantiria o domínio financeiro internacional e uma nova ordem mundial.

Estes objectivos e acções não são propaganda dos adversários. Estão claramente definidos em documentos-guia classificados, que foram sendo revelados, com toda a crueza da linguagem.


Na definição desses objectivos destacaram-se, por exemplo:


“The Defense Planning Guidance” (“New World Order”), do sub-secretário da Defesa, Paul Wolfowitz, de 1992, e comentado por Patrick E. Taylor no New York Times de 8 de Março do mesmo ano.

“PNAC, Rebuilding America´s Defenses. Project for a New American Century”, de Setembro de 2000 (ver particularmente as páginas 6, 8, 9, 14 e outras)

“The Grand Chessboard: American Primacy and its Geoestrategic Imperatives”, de Zbigniew Brzezinski, Basic Books, 1997 (ver em particular as páginas 30, 31, ,40, 41, 55, 124, 148, 198 e xiv).

“Joint Vision 2020: Full Spectrum Dominance”, do Pentágono, de 2000.

Comentado, por exemplo, pela economista Ellen Meiksins Wood em Empire of Capital”, Verso, 2003 (ver especialmente páginas 144, 157 e 160)


Quanto às acções, coerentes com os objectivos estratégicos neles definidos, deram-se e mantêm-se hoje a decorrer.

Naturalmente que encontram oposição e, para o imperialismo, não são o mesmo que passear despreocupadamente na 5ª Avenida.


O longo desmembrar da ex-Jugoslávia, com o cúmulo do reconhecimento da independência do Kosovo nas mãos do UÇK, grupo terrorista de narcotraficantes apoiado na Máfia Albanesa, os bombardeamentos de Belgrado (a que pude assistir…), o reforço militar e de capacidade de intervenção da NATO, “fora da lógica” para que tinha sido criada, o “novo Pearl Harbour”, que um desses documentos evidenciava como um sacrifício que os EUA teriam que fazer para bem desses objectivos estratégicos, e que se viria a chamar “11 de Setembro” (pese embora os detractores de tal "teoria da conspiração"...), a NATO a, pela primeira vez, invadir um grande país, o Afeganistão, para aí se manter, depois numa segunda guerra ainda a decorrer, a guerra no Iraque e o reacender da política de guerra fria, especialmente contra a Rússia e a China, são muitos acontecimentos trágicos, de enorme gravidade.


Qualquer “pró-ocidental”, de pensamento independente, não se deixará de interrogar sobre a coerência da sua sucessão para uma estratégia de expansão imperial e sobre a invocada razão do terrorismo e fundamentalismo islâmicos invocados, a propósito de tais acções, como defesa contra tais “ameaças”. …


(a continuar)

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