domingo, 18 de janeiro de 2015

A ética pouco republicana da governabilidade da opinião dos outros










Os editores de vários órgãos de comunicação social estão com esse estatuto porque aceitaram entrar no
condicionamento do comportamento dos outros. Com as chefias têm a função que lhes é conferida pelos patrões dos  media e por lobbies que os assessoram no dia-a-dia, e comentadores que lhes fazem o jeito, de nos formatar o pensamento e a narrativa.
E estão protegidos por um outro estatuto, o da "intocabilidade", defendendo-se como um enxame de abelhas uns aos outros quando lhes abanam os estatutos. E há muito boa gente que os reverencia e calam o protesto contra a manipulação, com medo de serem enxovalhados, ridicularizados, ainda mais marginalizados do que já são pelo"bloco central de opinião". Há que contrariar esta corrente dos guardiões do stato-quo.

Esta é uma frente de luta que desejo que cada vez mais se alargue aos que entendem que a informação deve ter uma ética, uma função informativa e cultural isentas do tique da marginalização e que exprima a diversidade e riqueza do país.

Vou referir dois factos actuais

1. Ao referir-se às viagens  do Estado Islâmico do Levante referem-se sempre a "idos" ou "vindos" da Síria. Ponto.
Mas que Síria? A dos territórios ocupados e destruídos pelo EIL e a "resistência" síria, apoiados pelo Qatar, a Turquia e os EUA, depois da tentativa falhada deste de deposição do regime sírio por outros grupos terroristas, ou a maioria do país cujo sossego foi abalado pela agressão?
A insistência da ligação no discurso entre os terroristas e a Síria visa instalar uma mentira grave.

2. Rui Rio põe-se em bicos de pés e fala da regionalização, que dantes recusou activamente, como forma de alterar o "sistema" político. Logo vêem alguns media referir a grande discussão que foi introduzida no país(!).

E isto em iniciativa do PS para onde consumou o salto também outro PSD, Silva Peneda. Numa evidente aproximação a uma nova gamela donde possam comer todos.e onde se vão concretizando as bases para um novo "bloco central" (que já não se chamará tal mas talvez "solução de governabilidade".
Jornalista não consegue decifrar isto?. Chefia não lhe pode arranjar manchete? É difícil porque irão todos comer do mesmo.

A nós cabe-nos apoiar o crescimento da CDU, da esquerda que quer uma política alternativa

1 comentário:

João disse...

Esta é uma batalha nuclear. No tempo esquizofrénico, que é o tempo do Capitalismo no seu estádio actual, nunca tanta manipulação é servida sob a capa benévola de "informação". Falar, reunir, discutir e esclarecer, são por isso mesmo batalhas de todos e de todos os dias.