quinta-feira, 17 de julho de 2014

Controlo público do BES: um imperativo inadiável!

Há que dar atenção às empresas do Grupo Espírito Santo, assim como  o eventual envolvimento de alguns administradores deste grupo em casos de fraude e branqueamento de capitais. A preocupação com a possibilidade de um risco sistémico associado a este Grupo já está a ter consequência nas cotações em bolsa das maiores empresas portuguesas. A CMVM suspendeu  a negociação das ações do BES, depois de estas se terem afundado 17%. As incertezas já se estão também a refletir nos juros da dívida pública, que estão a subir em todos os prazos. Ou seja, a possibilidade de estarmos perante um novo BPN vai ganhando consistência.
Perante isto, pergunta-se: o que é que o Governo está a fazer? 
Vai continuar a assistir sem intervir? 
Vai deixar que a situação se deteriore para depois nacionalizar os prejuízos como fez o anterior Governo com o BPN? 

Não. Até agora só foi mudada a administração executiva mas isso não sossega os investidores. As acções do BES continuam a descer.

Exige-se da parte do Governo e do Banco de Portugal uma intervenção rigorosa e transparente que salvaguarde o interesse nacional e apure a real situação do Grupo e do Banco Espírito Santo, e não uma atitude de silêncio e cumplicidade determinada pela subordinação ao poder financeiro. 
O Grupo BES está insolvente e vai derrocar.
A atenção deve estar, sim centrada no Banco.
O Estado português deve intervir para evitar a contaminação de todo o sistema bancário português, não utilizando empréstimos europeus disponibilizados para apoio aos bancos, mas assumindo-se como o maior accionista do BES, se os accionistas não aumentarem o capital, acabando com uma exposição que é de milhares de milhões de euros.
Uma intervenção que determine o controlo público da atividade do Banco e recuse a possibilidade de se vir a repetir uma situação semelhante à do BPN em que os portugueses sejam chamados, mais uma vez, a pagar os desmandos da banca privada.
A perda de confiança no sitema bancário português prosseguirá e terá consequências desastrosas para o sistema, para a economia e para as pessoas. 
Esta perda de confiança só poderá ser detida pela intervenção directa e já!



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