quarta-feira, 16 de maio de 2012

Municipalização das escolas, o golpe da Guiné-Bissau e mais um manifesto

1. O PSD da Câmara de Sintra quer anexar as competências no que respeita à gestão do pessoal não docente e à construção e reparação de escolas básicas e secundárias e admite que a municipalização da educação até este grau de ensino é um objectivo. Nada diz sobre contrapartidas nem revela como é isto compaginável com a debilidade financeira da maioria dos municípios ou com o que se passa com a Lei dos Compromissos. Os sindicatos da função pública naturalmente receiam o que se passará com o pessoal não docente, sujeitos a mais de trezentas tutelas diferentes, tantas quantos os municípios.

2. Os golpistas da Guiné-Bissau estão para ficar? Era o que faltava que os presidente da república e o 1º ministro, eleitos democràticamente num quadro constitucional definido, não retomassem funções, ficando a solução nas mãos dos golpistas militares e civis, como Kumba Ialá. Para que a Guiné- Bissau continuasse a ser um narco-estado de que esses títeres continuariam a ser os grandes beneficiados.

3. Mais uma vez se está a constituir um movimento agregador de esquerda (para uma esquerda livre) talvez por mimetismo com uma situação diferente ocorrida em França. No manifesto fundador diz-se que ele "é uma iniciativa política de pessoas livres, unidas pelos ideais da esquerda e pela prática democrática. Aberta a todos os cidadãos, com ou sem partido.".
Dos seus apoiantes e iniciadores da idéia está bem representado o PS, pessoas que se afastaram do PCP e independentes.
Não sei se estas pessoas "livres, unidas pelos ideais de esquerda e pela prática democrática" se consideram no universo das esquerdas as únicas que se podem reclamar desse estatuto, o que seria um maniqueísmo infantil. O nome do manifesto "Para uma esquerda livre", pressupõe que há esquerdas que o não são
Lá estão muitas pessoas que respeito e que seguramente estão lá por convicções que partilho. Mas também estão alguns habituais anti-comunistas retorcidos.
Vamos ver o que o futuro lhes reserva: se o de novo reforço para uns próximos Estados Gerais do PS ou como incubadora de outros factos políticos...

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa António, acertaste em cheio! Mais uma carruagem de um "comboio" para ser atrelado em próximas eleições!!! Mais tempo de antena, mais entrvistas, etc.,etc.
Contra o PCP marchar, marchar, esta deve ser a postura deles ou não os conhecêssemos de gingeira! Infelizmente pela prática e pelos montões de antecedentes...

Graciete Rietsch disse...

Quem será o responsável de mais esta tentativa de liquidar o PCP?
Mas não conseguirão!!!!!

Um abraço.

António Abreu disse...

Não terão como obectivo liquidar o PCP.
Mas têm que estar atentos para não ajudarem a viabilizar soluções políticas que iludam a ruptura que os portugueses desejam.

Helena disse...

Não se agrega quando se divide e classificar-se de 'esquerda livre', pressupondo portanto a existência de outra não livre, é, para além de sobranceiro, divisionista.
Não gosto.