Criou-se uma controvérsia sobre o estado actual e futuro da evolução dos glaciares do Himalaia após as declarações erradas no quarto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), consultor da ONU que ficou desacreditado com a manipulação de dados sobre os efeitos de alterações climáticas.
Três cientistas dão o seu contributo para esta discussão na edição deste mês da revista "Nature Geoscience Alert".
Diferentes taxas de recuo e a escassez de dados de balanço da massa glacial tornam difícil desenvolver um quadro coerente dos impactos regionais de mudanças climáticas. Neste artigo, os autores dão conta de alguns dados relativos a 2000-2008 nas maiores montanhas do Himalaia que indicam fortes variações espaciais no comportamento do glaciar que devidas à topografia e clima. Mais de 65% dos glaciares inflenciados pelas monções que observaram estão a recuar, mas os glaciares cobertos de escombros com estagnação de baixo gradiente de regiões terminais têm frentes estáveis. Os glaciares cobertos de detritos são comuns no robusto Himalaya central, mas estão quase ausentes nas paisagens suaves no planalto tibetano, onde as taxas de recuo são maiores. Em contrapartida, mais de 50% dos glaciares observados na região influenciada pelos ventos de Karakoram, no Himalaia do noroeste estão ou a avançar ou estáveis.
O estudo dos autores mostra que não há uma resposta uniforme dos glaciares do Himalaia às alterações climáticas e sublinha a importância das coberturas de detritos para a compreensão de recuo dos glaciares, um efeito que até agora tem sido negligenciado nas previsões futuras de disponibilidade da água availability e dos níveis globais do mar.
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