Ontem num colóquio na Universidade do Poto, o director da fundação Strategies for Engineered Negligible Senescence fez passar a mensagem, por alguns jornalistas para isso vocacionados, de que é possível travar o envelhecimento e de que os humanos podem chegar aos mil anos. Para ele a medicina regenerativa tem pés para andar se se investir na investigação e pesquisa e a biologia experimentativa necessita de desenvolver métodos para o uso de células estaminais, terapias limpas e engenharia de tecidos, podendo contar já hoje com parte da tecnologia necessária.
Este investimento é prioritário? Não, penso eu. O mundo tem que investir mais no combate à fome, às doenças, na criação de sociedades menos desiguais, mais respeitadoras do trabalho e de direitos, no fim das agressões e das guerras imperialistas.
A Ciência e a Técnica deslumbram-nos nas imensas potencialidades que abrem para o desenvolvimento humano, para a melhoria das condições de vida. Por isso é chocante que a tal progresso da C&T não corresponda esse desenvolvimento humano e o usufruto generalizado das liberdades a que só pequenas minorias têm acesso.Fica de parte a questão de saber o que faríamos com um mundo povoado de seres humanos milenários, que coexistiriam com o crescimento contínuo de novas gerações e as restrições absurdas que o capitalismo coloca à auto-suficiência alimentar...Exportaríamos os excedentes populacionais para a Lua e outros planetas? Criaríamos vários níveis subterrâneos de novas sociedades?Ou só se está querer satisfazer mais um pequeno nicho do mercado dos que acham que não viveram bastante?
Nota final -.A foto não é de um homem milenar mas do autor desta visão, Audrey de Grey.
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