Desculpai-me lá uns dias afastado da net sem aviso prévio.
Lá onde estive, respirando bem e com um bom silêncio, só interrompido por andorinhas e melros mais os carrilhões das duas igrejas que dão horas com 10 minutos de diferença, não vi as pessoas a falarem da revisão constitucional que poderá (ou não) ocorrer na actual legislatura.
Mas vi o Jorge Miranda dizer que as revisões constitucionais já ocorridas não contribuíram para melhores dias do nosso país.
Vi ainda as malfeitorias que a proposta do PSD contem, nomeadamente na maior liberalização de despedimentos e nos pagamentos de serviços na Saúde e Educação tendentes a favorecer o sector privado nestas áreas onde tem sobrevivido, com excepções, de comportamentos saprófitos, de convenções, em que o estado contrata funções mas perde capacidade de monitorização em nome de "emagrecimentos" do Estado, tão reivindicado por tais beneficiários.
Vi ainda, dias antes, o Passos Coelho dizer que não viabiliza o Orçamento de 2011.
Pondo de lado como irrelevantes, algumas frescuras infantis do neo-liberalismo, o que se está preparando, como noutras revisões anteriores, é que o PSD descarrega a parafernália de malfeitorias, o PS reage como dama impoluta e imaculada noutros assédios, e os dois, depois de grande gritaria, vão juntar os trapinhos mais à frente. Assim tem sido. Assim continuará a ser porque tudo está previsto nos respectivos códigos genéticos e na experiência desta democracia, onde liberdade atrás de liberdade, direito atrás de direito, lhe vão retirando o conteúdo concreto.
O CDS lá vai fazendo de conta, a ver a melhor altura para saltar para o trem matrimonial.
À esquerda reside a capacidade de luta contra tais projectos, esperando-se que muitas outras pessoas se oponham a estes recuos que são de civilização...
Finalmente, não me parece de descartar a hipótese de toda esta barulheira contribuir também, neste momento, para distrair as atenções para os concretos e imediatos despedimentos, novas fases de precarização e outras mal feitorias que o governo vai fazendo, que têm o acordo ou decorrem de acordos com o PSD.
1 comentário:
Ora, seja bem vindo!
Já cá fazia falta
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