Estes 60 anos foram hoje assinalados nas instalações do Ateneu Vilafranquense, de que Carlos Pato foi presidente entre 1945 e 1949, em que participei, e por uma romagem à sua campa por iniciativa da Comissão Concelhia do PCP.
A sua morte ocorreu, no reduto norte da cadeia, na sequência de falta de assistência médica por parte da PIDE, depois de treze meses de brutais tratamentos físicos, incluindo 111 horas de "estátua" (ao preso não era permitido sentar-se nem encostar-se). Carlos Pato tinha então 29 anos. O Director da Cadeia pretendeu ocultar o facto da família, o que não conseguiu pelo que , quando a PIDE levou o corpo em funeral para o cemitério de Vila Franca de Xira, uma multidão impôs um passo lento ao desfile.
Carlos Pato era irmão de Octávio Pato que, à data da sua morte, estava na clandestinidade.
Bancário, atleta em vários clubes de Vila Franca, Carlos Pato viria a acompanhar os passos de Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes, no movimento neo-realista mas só teve condições de escrever um livro, "Alguns contos", que viriam a ser publicados depois da sua morte. Participou com outros camaradas e simpatizantes do Partido nos "Passeios culturais do Tejo".
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