sábado, 8 de maio de 2010

Nos 65 anos sobre o fim da 2ª guerra mundial

No próximo post, amanhã, “A pretensa neutralidade de Salazar”, completarei a série de quatro que, recordando o objectivo inicialmente expresso, não se destinavam a ser uma mini-história da 2ª guerra, mas tão só a relembrar “factos que as tentativas de revisão da História não poderão apagar das nossas consciências e nas das gerações futuras”.


3. Algumas notas sobre o curso final da guerra

Quando o curso da guerra se inverteu com a derrota da Alemanha na URSS, onde se destacaram batalhas decisivas como as de Moscovo, Estalinegrado e a batalha de tanques de Kursk, Churchill e Roosevelt acabaram por vencer as suas hesitações quanto ao desembarque aliado a Ocidente para, com esta segunda frente, secundada pela progressão de forças na Sicília e Itália, encurralarem os nazis.

Até então os nazis tinham concentradas 92% das suas forças terrestres na frente germano-soviética. Mas, mesmo depois da abertura da segunda frente, mantiveram-se na primeira 74 % dessas forças.


A entrada do Exército Vermelho em Berlim originaria o suicídio de Hitler. Uma semana depois da conquista de Berlim, os alemães assinaram na noite de 8 para 9 de Maio a acta da capitulação incondicional. Esta data passou a ser consagrada como o fim da guerra na Europa. Um mês depois, Churchill, Estaline e Truman, realizaram a Conferência de Potsdam para serem devolvidos à URSS e Polónia territórios perdidos, para o completo desarmamento da Alemanha e para criarem um Tribunal Militar Internacional para julgar pelo genocídio os principais dirigentes alemães sobreviventes.


A libertação dos países europeus foi, em geral, fruto de uma acção, mais ou menos concertada, dos exércitos aliados e das forças da resistência interna. As resistências na Europa escreveram páginas de coragem, de sacrifício e grande combatividade, facilitando a tarefa aos exércitos aliados. A Jugoslávia assegurou, sozinha a libertação, sem intervenção de outros exércitos, sob o comando de Tito.



Mas a guerra continuaria até 2 de Setembro quando o Japão se rendeu a bordo de um navio norte-americano no porto de Tóquio.

Desde o bombardeamento de Pearl Harbour, em 1941, e já antes, em 1937, também pelos japoneses, a guerra no Sudeste Asiático e Pacífico, desenvolveu-se uma guerra muito violenta. É melhor conhecida a intervenção norte-americana e dos seus aliados até à conquista de Okinawa em Março de 1945. Menos conhecida foi a resistência e contra-ataque chinês ou a intervenção soviética, a partir de Agosto, que libertou a Manchúria, o norte da Coreia, o sul de Sajalin e as Ilhas Curilhas.

Os norte-americanos desencadearam destruições brutais na Alemanha, quando os nazis já estavam derrotados. Cidades como Dresden foram arrasadas. Mais grave viria a ser o lançamento das duas bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki, que provocaram cerca de 500 mil mortos, quando já não existiam razões militares para tal crueldade. Foi para garantir trabalho para os consórcios da construção civil que há muito desenhavam cenários de reconstrução de que beneficiariam? Foi para garantir a contenção da URSS, esboçando já a futura política de guerra fria? Seria pelas duas razões? O diabo que escolha…

2 comentários:

nuno vieira matos disse...

Deixo-lhe o mesmo comentário que fiz no blog do seu camarada Vitor Dias em relação à primeira fotografia do seu post: ler a história que está associada a essa fotografia da propaganda soviética.

António Abreu disse...

Se se refere ao facto de ter sido uma fotografia "trabalhada" para utilizar em informação e propaganda, só poderei dizer-lhe que, seguramente, muitos outros momentos históricos também as tiveram sem que isso retire os significados mais profundos desses acontecimentos que não são por isso falsificados.