sábado, 15 de maio de 2010

De uma semana para a outra

Cá dentro a semana foi dominada pelo Papa, pela sua necessidade de banhos de multidão para apagar da memória factos graves que ocorrem com muitos padres em vários pontos do mundo. Mas também para relançar uma nova evangelização e recuperar influências perdidas. Os representantes do povo eleitos na Assembleia da República não foram convidados ao contrário do que acontecera com João Paulo II ? As mensagens foram dispersas deram para muito e para nada.

Morreu Saldanha Sanches que ainda conheci como militante do PCP, combativo, impetuoso. O seu percurso político foi acidentado. Mas a sua presença na vida pública foi muito forte. Não só ele promoveu o combate à corrupção e à evasão fiscal mas foi um rosto combativo dessas causas.

O governo e o PSD aplicaram as orientações de Bruxelas, revelando que a soberania não está em causa até porque “eles” estão de acordo com o pacote de medidas. Medidas que, uma vez mais afectam especialmente os que menos têm e comprometem o crescimento económico e a nossa capacidade posterior de recuperarmos. Querem nivelar-nos por baixo mas os lucros das sociedades financeiras ficaram de fora. Com tal gente não vamos lá, não. Enquanto isso PS e PSD vão-nos querendo entreter com faits divers como se deviam ou não pedir desculpa e deitando alguns figurões a morderem-se uns aos outros para disfarçar a identidade. Alguns comentaristas nacionais começam a desejar ver aplicadas em Portugal, muito além do pacote do PS e PSD. As regras do despedimento individual e a justa causa parecem estar na mira de ambos.

Lá fora é um escândalo de impacto mundial que Baltazar Garzón tenha sido afastado da Audiência Nacional por ter assumido competências que não teria na investigação dos crimes do franquismo.


O povo grego opõe-se valentemente às medidas de austeridade draconianas e a Grécia é entregue pela EU ao FMI. Pela via da obtenção da condução da política dos países atingidos, a influência americana alarga-se na Europa.

Em países da Ásia Central e do leste europeu, os EUA manobram para dominar as fronteiras de agressão à Rússia e China.

O gabinete do secretário-geral da ONU promove iniciativas para corrigir processos utilizados pelo Painel Internacional para as Alterações Governamentais (IPCC) mas as alterações que se esperam são de molde a que tudo fique na mesma. Para alimentar o alarmismo, que dá dinheiro, o IPCC vai continuar a debitar sobre matérias que não conhece, continuando a impingir à opinião pública previsões catastróficas de alterações climáticas. Que favoreçam também as intenções das grandes potências e afaste os países em vias de desenvolvimento do crescimento económico de que carecem.

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