2. As origens da guerra
As repartições de territórios decorrentes dos resultados da 1ª Guerra Mundial deixou grandes potências insatisfeitas com a forma como tinham sido feitas. Foi o caso da Alemanha, da Itália e do Japão.
Estes países conduziram acções de preparação de uma guerra mais vasta. O Japão invadiu a Manchúria em 1931. A Itália absorveu a Etiópia em 1935. A Alemanha e a Itália, com Hitler e Mussolini no poder respectivamente, apoiaram a invasão de Espanha por Franco e participaram na guerra contra a República em 1936. Ainda nesse ano a Alemanha ocupou a zona militarizada do Reno. Ainda nesse ano Alemanha e Japão assinaram o pacto anti-Komintern (anti-comunista) virado contra a URSS e a influência comunista e nacional-libertadora crescente. O Japão deu novo passo na invasão da China em 1937. A Alemanha ocupou a Áustria em 1938.
Perante isto, as potências ocidentais mantiveram-se "neutrais". De facto caladas mas cúmplices das potências agressoras. Nuns casos debandaram, em quase todos os casos permitiram, que os agressores se preparassem para as agressões, equipando-se nos seus países, enquanto negavam na Sociedade das Nações ou em contactos bilaterais que o mesmo se passasse com os futuros agredidos, como a URSS ou a Etiópia.
Face à perigosidade crescente da Alemanha, a URSS desdobrou-se em propostas de assistência mútuas, incluindo de defesa mútua mas as suas propostas não tiveram resposta. A Polónia e a Roménia recusara,m que a URSS pudesse utilizar os seus territórios para todos se defenderem dos nazis.
Até aqui "o mundo ocidental" vivia na ilusão de que o objectivo de Hitler era invadir a Rússia e ganhar todo o leste europeu, ficando por aí. Outros pensaram que a Alemanha faria isso mas, depois de cansada da guerra poderia ser mais fácil batê-la.
A URSS via-se na iminência de, sem acordos com outros países, ter que defrontar uma agressão em duas frentes. A ocidente com a Alemanha e a oriente com o Japão (aqui dirigiram-se contra o exército mongol e o exército vermelho).
Depois de anteriores acordos, em Março de 1938, a Alemanha, a Itália, a França e a Inglaterra, excluindo da reunião a URSS e a Checoslováquia, assinam o vergonhoso tratado de Munique que cede os Sudetas da Checoslováquia, e que Hitler aproveitou para, de imediato, invadir e ocupar a Boémia e a Morávia.
Face à não resposta de acordos com outros países, a URSS aceitou assinar um pacto de não-agressão em Agosto de 1939, que interessava aos nazis porque queriam reunir recursos de países europeus, que conquistariam, para poderem suportar os custos da futura agressão à URSS, alem de poderem comprar matérias-primas aos soviéticos como já tinham feito nos EUA e noutros mercados europeus. A URSS, enquanto potência isolada, queria ganhar tempo para criar rapidamente todos os meios de defesa para resistirem à futura invasão alemã.
Esse foi um trabalho gigantesco de dois anos em que toda a sociedade soviética se envolveu com múltiplos exemplos de patriotismo.
A Polónia foi invadida pela Alemanha, o que provocou a declaração de guerra por parte da França e Inglaterra. A URSS ocupou partes anteriores do seu território perdidas com o Tratado de Brest-Litovsky: Ucrânia Ocidental e Bielorrússia.
Apesar da declaração de guerra, e dando continuidade ao colaboracionismo dos primeiros-ministros inglês (Chamberlain) e francês (Daladier), os primeiros dois meses de guerra foram um desastre para a Europa. Alterações políticas em ambos os países, um sentimento muito forte nos EUA e o papel da Resistência Francesa foram decisivas para uma mudança de atitude das potências ocidentais.
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