As agências de rating tramaram-nos e abriram as portas a novas investidas dos especuladores.
Referenciando o “maior risco” decorrente da evolução do deficite das contas públicas, essas agências, não democraticamente eleitas mas oráculos dos mercados financeiros, irão provocar uma nova pressão especulativa que se traduzirá na subida das taxas de juros de novos empréstimos obtidos por instituições financeiras portuguesas, que os passarão para os seus clientes.
Resultados: Crédito mais caro a fazer estagnar ainda mais a economia, aumento dos spreads bancários para empréstimos contratados pelos clientes. Tudo, em última análise, se traduzirá na redução do mercado interno, na queda da actividade produtiva e na pressão para importar mais, ambas geradoras da elevação da despesa pública e em novos patamares da dívida que subirá em espiral.
Os bancos podem sair ilesos nos seus lucros, o mesmo acontecendo aos prémios e remunerações das grandes empresas aos seus administradores. Que se têm rebelado contra tentativas do Presidente da República e mesmo do Governo, dando voz à indignação pública, de os considerar despropositados e escandalosos.
O PSD bateu-se contra o PEC mas Passos Coelho foi hoje falar com o Primeiro-Ministro. Desta conversa é de esperar a viabilização pelo PSD na AR, de uma maior rapidez nas medidas gravosas contra a população e outras ainda não expressas nesse documento orientador da política económica e financeira. Dela não deverá sair nenhum assomo patriótico que nos livre do eventual afundamento com outros países da EU, de gestos firmes contra o garrote dos especuladores, contra os condicionamentos que a banca coloca ao crescimento económico bem como sobre o aumento da actividade económica e sua produtividade e da inversão das opções do governo de reduzir o mercado interno, congelando ou reduzindo remunerações e outros direitos dos trabalhadores, que naturalmente lutam e se defendem com os meios de que dispõem.
A luta vai continuar e os campos terão que se ir definindo.
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