quarta-feira, 24 de junho de 2009

Petróleo do Iraque, como previsto no início da guerra, muda de mãos...

Protestos furiosos ameaçam minar o plano do governo iraquiano de entregar às companhias petrolíferas internacionais o negócio dos seus gigantescos campos petrolíferos num desesperado esforço para aumentar as receitas do petróleo em declínio.Em menos de duas semanas, nos dias 29 e 30 deste mês, o ministro de Petróleo iraquiano Hussain Shahristani irá assinar contratos de serviço com as maiores petrolíferas do mundo para poder desenvolver seis das maiores companhias produtoras de petróleo do Iraque durante 20-25 anos.
Figuras de topo da indústria do petróleo iraquiano têm denunciado o acordo. Fayad al-Nema, dircetor da South Oil Company, que está sob a tutela do Ministério do Petróleo, e que produz a maior parte do petróleo do Iraque, disse na semana passada que "Os contratos de serviço irão aprisionar a economia iraquiana e acorrentar a sua independência para os próximos 20 anos . Esses contratos desperdiçam as receitas do Iraque. Nema é apontado como tendo sido despedido por causa da sua oposição aos contratos e o que ele diz é partilhado por muitos outros funcionários no Iraque da indústria petrolífera de propriedade estatal (...)
É Patrick Cockburn, autor de dois importantes livros sobre a guerra contra o Iraque e a resistência interna, defende este ponto de vista no Counterpunch do passado fim-de-semana e afirma que provavelmente é tarde demais para o governo iraquiano adiar ou modificar os contratos a serem celebrados no final de Junho. Ele precisa de dinheiro e não conseguiu investi-lo quando os preços do petróleo estavam altos. Mesmo quando as grandes companhias de petróleo começarem a trabalhar, vai demorar três até o novo petróleo aparecer. Muitos iraquianos não gostarão de ver os seus históricos campos petrolíferos, de que o país é totalmente dependente, a estarem parcialmente nas mãos de empresas estrangeiras, mas, com as próximas eleições em Janeiro, e nesta fase, o governo considera que não tem escolha.

Sem comentários: