
O presidente reiterou que manterá a demissão. A pedido de Zelaya, o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) tratará o tema em reunião hoje.
O pano de fundo deste choque nas Honduras é a determinação de Zelaya em realizar um referendo nacional que abriria caminho para o seu projecto de convocar uma Assembleia Constituinte. A Carta actualmente vigente é de 1982.Se a população se revelar favorável a uma nova Carta nessa consulta, o governo incluiria, então, uma "quarta urna" na eleição geral de
Novembro. Além de elegerem presidente, deputados e prefeitos, os hondurenhos votariam num referendo sobre a Constituinte. Romeo Vásquez, ultrapassando as suas competências, recusou apoiar logisticamente essa consulta e Zelaya demitiu-o.

A justiça e as autoridades eleitorais disseram que a consulta é ilegal. Mas o presidente diz que a Constituição actual não reflecte as necessidades do país. Os opositores seus sugerem que o objectivo do é introduzir a reeleição na Constituição, hoje proibida. Zelaya deixa o cargo em Janeiro.No dia de ontem, países-membros da Aliança Bolivariana para os Povos da nossa Américas (Alba) manifestaram o seu apoio ao presidente de Honduras e anunciaram que se mobilizarão caso haja tentativa de golpe de Estado.
Os países do bloco expressaram, numa mensagem oficial, o seu "mais firme apoio" ao governo de Zelaya "nas suas justas e decididas acções para defender o direito do povo hondurenho a expressar as sua vontade soberana e a incentivar um processo de transformação social". O bloco "declara que se mobilizará, junto ao digno povo hondurenho, face a qualquer tentativa da oligarquia de romper a ordem constitucional e democrática".
Na passada 5ª feira, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, denunciou a tentativa de golpe e disse que não ficará "de braços cruzados" perante a situação nas Honduras. "Ontem mesmo falei com Evo. Estamos dispostos a fazer o que tiver que se deve fazer para que seja respeitada a soberania e a vontade do povo de Honduras", revelou Chávez.
Do Partido Liberal, Zelaya liderou a adesão de Honduras à Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) em 2008. Anteriormente mais ligado à elite económica do país, aproximou-se depois dos sindicatos e do movimento indígena e ganhou a simpatia de parte dos 70% de pobres do país ao aumentar em 60% o salário mínimo desde 2006.Zelaya também recebeu o apoio do ex-presidente cubano, Fidel Castro, que comparou o presidente hondurenho ao ex-líder chileno Salvador Allende.
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