terça-feira, 28 de maio de 2013

Basta de austeridade, de empobrecimento e de pensamento único!

Tivemos entre nós o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, trabalhista e Ministro das Finanças da Holanda.
Precisamente numa altura em que o govereno, de costas para o país, prepar novo corte nas reformas dos reformados e apresenta um plano para a Função Pública, onde admite explicitamente o despedimento dos sewus trabalhadores - há muito pretendida de forma encapotada.
O personagem, de visual bem trabalhado e de poses preparadas para as camaras, veio dar o seu apoio à política do governo - rejeitada por vigorosos e largas tomadas de posição das populações e do movimento sindical - expressa em declarações recentes do Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças, cujo isolamento pretenderia ser aliviado, e do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, cujos submarinos voltaram a vir à tona sabe-se lá por mão de quem...
O essencial da mensagem é que os portugueses continuem a aceitar plano de resgate, que se revelou de agressão contra a grande maioria da população. As flexibilizações desse plano quanto a deficites, prazos e taxas de juro foram parar à gaveta, apesar de muita gente com peso significativo na formação da opinião no país, ter criado a idéia que pudesse ocorrer a passagem do déficite de 4 para 4,5%  em 2014 após a 7ª avaliação. Dijselbloem tornou claro que qualquer flexibilização do déficite só se faria se o governo levasse até ao fim o seu papel de "bom aluno", cumprindo as conclusões desta última avaliação pela troika.
Em conferência de imprensa com o presidente do Eurogrupo, o Ministo das Finanças, com a concordância de Passos Coelho, que chegara a admitir no Parlamento essa alteração no déficite para 2014.
Concluíriamos referindo que o governo falhou todos os objectivos que colocara para fazer pagar aos trabalhadores e reformados, e excluir de tais medidas o grande capital e o mundo financeiro...

Indo ao encontro dos que em Portugal se batem contra esta política, mais uma vez, o Nobel da Economia, Paul Krugman, criticou a política imposta pelos mais fortes na Europa e pelo governo português, em concreto.
Para ele "o euro deve acabar ou algo deve ser feito para o fazer funcionar, porque aquilo a que estamos a assistir (e os portugueses a experimentar) é inaceitávelE e que Portugal está a passar por um pesadelo económico-financeiro da responsabilidade da política europeia de austeridade orçamental. E questionou-se como é possível ultrapassar problemas estruturais, que outros países têm, condenando milhares de  trabalhadores ao despedimento.
Paul Krugman num artigo do seu blogue questiona

"Não me digam que Portugal tem tido más políticas no passado e que tem profundos problemas estruturais. Claro que tem, e todos têm, mas sendo que em Portugal a situação é mais grave que em outros países, como é que faz sentido que se consiga lidar com estes problemas condenando ao desemprego um grande número de trabalhadores disponíveis?", frisa Paul Krugman em artigo hoje publicado no seu blogue, "Consciência de Um Liberal".
O antigo prémio Nobel da economia comentava no seu blogue um artigo hoje publicado no jornal Financial Times sobre as condições "profundamente deprimentes" em Portugal, centrando-se na situação de empresas familiares, que foram até agora o núcleo da economia e da sociedade do país.
Para Paul Krugman, a resposta a estes problemas "conhecidos há muitas décadas", reside numa política monetária e orçamental expansionista.
"Mas Portugal não pode fazer as coisas por conta própria, porque já não tem moeda própria. 'OK' então: ou o euro deve acabar ou algo deve ser feito para fazê-lo funcionar, porque aquilo a que estamos a assistir (e os portugueses a experimentar) é inaceitável", sublinhou.
O economista defende uma expansão "mais forte na zona do euro como um todo", "uma inflação mais elevada no núcleo europeu", tendo em mente que o Banco Central Europeu (BCE), assim como a Reserva Federal Americana, são contra taxas de juro próximas de zero.

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