segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mata e deixa morrer, por Naomi Wolf


Numa estranha mas adequada coincidência, o Presidente Barack Obama e o seu adversário republicano, Mitt Romney, realizaram o seu debate final – que se centrou na política externa – exactamente no mesmo dia em que o novo filme de James Bond, Skyfall, teve a sua estreia mundial em Londres. Apesar de 007, que comemora este ano o seu 50.º aniversário, ser uma marca mundial de origem britânica, a sua influência sobre o espírito político norte-americano – e esta influência sobre Bond – é óbvia.
Na verdade, a mais recente produção é uma parceria anglo-americana e o herói violento de acção de operações especiais que Bond tem corporizado, reflecte os pressupostos dos EUA sobre a política externa e o Estado de Direito. O debate presidencial apenas reforçou o enredo dominante em tempo real: assassinar pessoas (inclusive cidadãos norte-americanos) unicamente por ordem do presidente, outrora considerado um crime de guerra, transformou-se numa série de aplausos.
(...)
Durante 50 anos, James Bond e a sua “licença para matar” apoiaram a justiça imponente além dos limites da lei. Mas ele é imaginário, bem como as suas vítimas. A violação da lei nacional e internacional por parte dos EUA – e os corpos de inocentes ceifados por drones ou espiões – são muito reais.
Ver na íntegra aqui

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Qual a diferença entre todos os últimos presidentes e candidatos a presidentes americanos?
Quem os julga por todos os crimes cometidos contra a Humanidade,com o seu aval?

Um beijo.

Anónimo disse...

Tem toda a razão. E se isto acontece em regimes onde há algum pluralismo e alguma liberdade de expressão, imagine o que será em regimes de partido único, de opinião única, onde não é preciso ser terrorista para levar este tratamento, basta ser opositor...
Folha Sêca

António Abreu disse...

Meu caro folha sêca

O problema que coloca é um problema real mas não altera a questão que a autora (publicada no Público no âmbito do projecto Syndicate)nos coloca. São questões de natureza distinta.