sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Chamo-o, de "Poemas da Alma", de Pablo Neruda



Um a um, falarei com eles esta tarde.
Um a um, chegais vós na lembrança,
esta tarde, a esta praça.


Manuel Antonio López,
camarada.

Lisboa Calderon,
outros te atraiçoaram, nós continuamos tua jornada.

Alejandro Gutiérrez,
o estandarte que caiu contigo
sobre a terra inteira se levanta.

César Tapia,
teu coração está nestas bandeiras,
palpita hoje no vento desta praça.

Filomeno Chávez,
nunca apertei tua mão, mas eis a tua mão:
tua mão pura que a morte não mata.

Ramona Parra, jovem
estrela iluminada,
Ramona Parra, frágil heroina,
Ramona Parra, flor ensanguentada,
amiga nossa, coração valente,
moça exemplar, guerrilheira dourada:
juramos em teu nome continuar esta luta
para que floresça teu sangue derramado.

PABLO NERUDA

2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Chamo-lhes também assim
Quando citado por mim

Graciete Rietsch disse...

Maravilhoso poema. Tantos e tantos que deram a vida por um Mundo diferente e melhor. Mas tantos e tantos que o ignoram!!!!

Um beijo.