quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Passam 50 anos sobre o assassinato de Patrice Lumumba

A divisão da República Democrática do Congo foi engendrada nos anos sessenta do século passado pelos governos dos EUA e da França, apoiados no futuro ditador Mobutu, que trabalhava para a CIA e para os serviços secretos belgas, que ainda em 1989 era recebido na Casa Branca como um campeão da Liberdade.
As dificuldades da RDC hoje reflectem as grandes manobras desses dias conturbados. Para trás ficaram, mais de 5 milhões de mortos e as tensões persistem nos dias de hoje para dificultar a normalização da vida neste país.
Num processo de independência em que os belgas procuraram ter um  papel de controlo para assegurar os seus interesses no futuro, o Movimento Nacional Congolês, liderado por Lumumba obtem  90% da votação. Apesar das tentativas para impedir a sua tomada de posse como Primeiro-Ministro, Lumumba forma governo e tornou-se de facto o pai da independência do Congo ex-Belga. Tinha um projecto de natureza socialista para o seu país, não alinhado nem com os EUA nem com a URSS.  e coabitou com um Presidente, Joseph Kasawubvu, general, que era um homem do americanos e dos belgas e dominava a tropa.
A partir daí, EUA, França e Bélgica entram na sabotagem aberta. O Katanga, província mineira rica em Cobre e Cobalto, por sua influência, declara a secessão. Militares provocam chacinas entre a população. As forças da ONU não ajudam a restabelecer a autoridade.
Mobutu manda prender Lumumba, o governo e outros dirigentes do MNC. A cena da sua prisão e transporte numa carrinha de caixa aberta corre mundo, que assiste estupefacto às agressões da tropa contra o primeiro Primeiro-Ministro, lider de uma independência africana, a ser eleito esmagadoramente pelo seu povo. Levados para o Katanga são torturados de forma brutal, depois fusilados e os seus corpos dissolvidos em ácido sulfúrico para que os seus restos não pudessem ser redescobertos pelo seu povo.
Sobre estes factos há muita informação disponível. Eu recordei alguns elementos neste site.

Sem comentários: