sexta-feira, 19 de novembro de 2010

NATO: não há lugar para falsas expectativas

As expectativas criadas por alguns de que uma NATO em regime de parcerias, for falta de dinheiro dos EUA, iria levar a uma regionalização das suas políticas, ou a uma maior responsabilização dos "parceiros" carecem de crédito. A NATO vai ser uma organização militar, com crescente intervenção noutras áreas, com um comando dos mesmos interesses estratégicos, a que os parceiros se obrigarão para ficarem "protegidos"...
As expectativas de que a NATO retire do Afeganistão está remetida para um limiar muito indefinido. O que se pretende é que a situação se mantenha mas mais apoiada por outros países.
As expectativas quanto a uma consideração diferente para com a Rússia é ilusória. A NATO mantém a aproximação das fronteiras da Rússia, mantém grande investimento de actividades de inteligência em antigos territórios integrantes da URSS, com o objectivo de interferir no papel da Rússia no comércio de petróleo, quer a Rússia no Afeganistão, não para combater o narcotráfico mas para dar apoio militar às tropas afegãs que  "justifique" o terrorismo talibã contra o povo russo. O alinhamento da Rússia em certos compromissos com a NATO seria profundamente negativa e perigosa.
As expectativas de que a NATO deixe de ser o polícia do mundo, como referiram Amado e Sócrates, é um desejo não inocentemente pífio. É óbvio que desta cimeira os EUA, a Inglaterra, a Alemanha e a França querem legitimar a intervenção da aliança em qualquer ponto do mundo e o mapa das próximas prováveis é já bem conhecida.
Só não vê quem não quer.
Na intervenção de abertura, Sócrates foi banal. E mentiu quando disse que transmitia a alegria do povo português com a presença dos participantes neste areópago de guerra.

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