1. Ontem um canal de TV fazia a seguinte pergunta a quem lhe quisesse telefonar: "Acha que vão ser necessárias novas medidas para combater o déficite?".
Como se sabe esta forma de sondagem da opinião pública é altamente representativa, não manipulável, etc, etc, pelo que os donos da comunicação social gostam tanto dela como maneira de nos ir convencendo de inevitabilidades que o não são.
O resultado era a determinada altura Sim 54% e Não 46%.
Para além da trafulhice do método, imaginemos que a pergunta era feita de forma mais compreensível, por exemplo: "Concorda com novas reduções de salários, de pensões e de reduçõres de patamares de descontos no IRS?", as mesmas pessoas, mesmo algumas das arregimentadas para darem certas respostas, talvez passassem o Sim para 5% e o Não para 95%...Alguém duvida?
Manhosos estes "jornalistas"...
2. Disse.nos ontem a Comissão Europeia que a previsão da Comissão para o défice orçamental é agravada para 4,9 por cento do PIB, um resultado que sofrerá nova deterioração para 5,1 por cento do PIB em 2012 - em vez dos 3 por cento previstos pelo Governo, o que obrigará à adopção de novas medidas de austeridade em 2012." Isto em virtude da recessão que afectará o país em virtude do Orçamento e PECs no próximo ano e no ano de 2012, eliminando as positivas previsões de evolução do PIB feitas pelo governo.
Poderá dizer-se que esta é uma visão pressionada pela Alemanha e pelos bancos dos "mercados financeiros" para reduzir ainda mais o acesso ao crédito para a economia. Sem dúvida. Mas esta tendência decorre da política de exclusivo ataque ao déficite em que estão tão empenhados Governo e PSD, isto é a entrada em recessão e na espiral de novos déficites, mais juros não compensada pelo relançºamento da economia...
Segundo o Público de hoje, fazendo a leitura dessa declaração.,"Os juros da dívida serão, aliás, segundo a Comissão, um dos principais factores que dificultarão o equilíbrio das contas públicas. Isso significa que o país entrou num círculo vicioso de aumento do endividamento para financiar o défice que continua a crescer devido aos encargos crescentes com a dívida. Bruxelas refere outros dois factores que tornarão a redução do défice mais difícil: o menor crescimento do PIB e os "ambiciosos planos de despesa" que, tudo indica, se referem à construção do TGV.
O desemprego também vai continuar a subir, para 11,1 por cento no próximo ano e 11,2 por cento em 2012, contra 10,5 por cento este ano e 9,6 por cento no ano passado. Ao invés, tanto a zona euro como a UE já atingiram este ano o pico do número de desempregados, cujo número deverá baixar dos valores de 10,1 e 9,6 por cento previstos para este ano, respectivamente, para 9,6 e 9,1 por cento em 2012".
3. Vamos continuar esta caminhada para o abismo? Ou reequacionamos o papel da banca? Ou apostamos no acréscimo de produção, não só para manter exportações necessárias a uma outra relação na balança de pagamentos, mas para alargar o mercado interno sem quebras no poder de compra para a manutenção de actividade do tecido produtivo e a substituição de importações - a mais segura forma de combater os deficites
LIVRAI-NOS DELES
Há 3 semanas
1 comentário:
So mudando as políticas é possível sair deste circulo vicioso que nos afunda como cidadãos e como país.
Enviar um comentário