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Francis Bacon (filósofo, 1561-1626)
Blogue de António Abreu - Pontos de vista de esquerda,com a preocupação de tornar melhor a vida do ser humano e de contribuir para esse combate, abertos às opiniões de quem nos queira visitar
Morreu Saldanha Sanches que ainda conheci como militante do PCP, combativo, impetuoso. O seu percurso político foi acidentado. Mas a sua presença na vida pública foi muito forte. Não só ele promoveu o combate à corrupção e à evasão fiscal mas foi um rosto combativo dessas causas.
O governo e o PSD aplicaram as orientações de Bruxelas, revelando que a soberania não está em causa até porque “eles” estão de acordo com o pacote de medidas. Medidas que, uma vez mais afectam especialmente os que menos têm e comprometem o crescimento económico e a nossa capacidade posterior de recuperarmos. Querem nivelar-nos por baixo mas os lucros das sociedades financeiras ficaram de fora. Com tal gente não vamos lá, não. Enquanto isso PS e PSD vão-nos querendo entreter com faits divers como se deviam ou não pedir desculpa e deitando alguns figurões a morderem-se uns aos outros para disfarçar a identidade. Alguns comentaristas nacionais começam a desejar ver aplicadas em Portugal, muito além do pacote do PS e PSD. As regras do despedimento individual e a justa causa parecem estar na mira de ambos.
O povo grego opõe-se valentemente às medidas de austeridade draconianas e a Grécia é entregue pela EU ao FMI. Pela via da obtenção da condução da política dos países atingidos, a influência americana alarga-se na Europa.
Em países da Ásia Central e do leste europeu, os EUA manobram para dominar as fronteiras de agressão à Rússia e China.
Não só pela acção directa do homem mas também pelas alterações que ocorrem na atmosfera e no sub-solo as espécies alteram-se ou acabam.
Quando do furacão El Niño em 82/83, uma espécie rara de coral a Tubastraea floreana existente em várias ilhas do arquipélago das Galápagos, quase desapareceu, estando agora restrita a duas das suas ilhotas, a Gardner e a Cousins, o que motivou programas para o seu repovoamento.
(...) Ouço falar de uma dívida de 360 biliões de dólares, enquanto ao mesmo tempo eu vejo dívidas dessa ordem nas grandes potências e em muitos outros países. Portanto, esta não pode ser a causa principal da infelicidade. O que me está a incomodar muito, é o exagero dos golpes internacionais de que nosso país é o alvo dessa coordenação quase perfeita contra um país de economia insignificante, que parece ser suspeita.
Assim, sou levado a concluir que alguns fizeram que nós nos sintamos culpados e nos provocaram o medo, para nos dirigirem para o FMI, que é um elermento-chave da política expansionista dos Estados Unidos e que as questões relativas à solidariedade europeia são pó que nos querem atirar para os olhos para esconder que é uma iniciativa exclusiva dos EUA , para nos lançar numa crise artificial, para que nosso povo tenha medo, seja domesticado, e perca conquistas valiosas e, finalmente, se ajoelhe, uma vez que seja aceite a dominação estrangeira. Mas por quê? Para que servem estes planos e quais os seus objectivos? (...)
(veja a declaração completa aqui)
Quando o Vital foi preso, a PIDE foi buscá-lo ao liceu mas o reitor de então, Brás Gomes, um homem do regime que tentou em vão que enquadrassemos certas actividades na Mocidade Portuguesa, disse-lhes que a prisão não poderia ser efectuada dentro da escola. Um numeroso grupo de alunos concentrou-se no átrio em apoio do Vital e a PIDE só o prendeu depois.V ital foi torturado e mais tarde iria para a Bélgica e depois para França.
Só tive notícias dele muito depois através das edições La Différence, com a sua livraria em, Paris, onde teve um importante papel no lançamento em França de traduções de obras de escritores portugueses, no quadro de uma actividade de editor e livreiro muito digna e profícua.
Como foi referido hoje num órgão de comunicação social, sobre o mundo da edição, Vital escreveu: “Pode dizer-se, parafraseando Fernando Pessoa, que há três espécies de editores: os que publicam os livros de que gostam, os que gostam dos livros que publicam, os que não gostam de livros - e que não são editores. É a esta terceira categoria que pertencem os industriais e financeiros que decidiram, por razões de estratégia empresarial, atacar o mercado do papel impresso.”
Foi com tristeza que o vimos agora partir, de forma inesperada.
3. Algumas notas sobre o curso final da guerra
Quando o curso da guerra se inverteu com a derrota da Alemanha na URSS, onde se destacaram batalhas decisivas como as de Moscovo, Estalinegrado e a batalha de tanques de Kursk, Churchill e Roosevelt acabaram por vencer as suas hesitações quanto ao desembarque aliado a Ocidente para, com esta segunda frente, secundada pela progressão de forças na Sicília e Itália, encurralarem os nazis.
Até então os nazis tinham concentradas 92% das suas forças terrestres na frente germano-soviética. Mas, mesmo depois da abertura da segunda frente, mantiveram-se na primeira 74 % dessas forças.
A entrada do Exército Vermelho em Berlim originaria o suicídio de Hitler. Uma semana depois da conquista de Berlim, os alemães assinaram na noite de 8 para 9 de Maio a acta da capitulação incondicional. Esta data passou a ser consagrada como o fim da guerra na Europa. Um mês depois, Churchill, Estaline e Truman, realizaram a Conferência de Potsdam para serem devolvidos à URSS e Polónia territórios perdidos, para o completo desarmamento da Alemanha e para criarem um Tribunal Militar Internacional para julgar pelo genocídio os principais dirigentes alemães sobreviventes.
A libertação dos países europeus foi, em geral, fruto de uma acção, mais ou menos concertada, dos exércitos aliados e das forças da resistência interna. As resistências na Europa escreveram páginas de coragem, de sacrifício e grande combatividade, facilitando a tarefa aos exércitos aliados. A Jugoslávia assegurou, sozinha a libertação, sem intervenção de outros exércitos, sob o comando de Tito.
Mas a guerra continuaria até 2 de Setembro quando o Japão se rendeu a bordo de um navio norte-americano no porto de Tóquio.
Desde o bombardeamento de Pearl Harbour, em 1941, e já antes, em 1937, também pelos japoneses, a guerra no Sudeste Asiático e Pacífico, desenvolveu-se uma guerra muito violenta. É melhor conhecida a intervenção norte-americana e dos seus aliados até à conquista de Okinawa em Março de 1945. Menos conhecida foi a resistência e contra-ataque chinês ou a intervenção soviética, a partir de Agosto, que libertou a Manchúria, o norte da Coreia, o sul de Sajalin e as Ilhas Curilhas.
Os norte-americanos desencadearam destruições brutais na Alemanha, quando os nazis já estavam derrotados. Cidades como Dresden foram arrasadas. Mais grave viria a ser o lançamento das duas bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki, que provocaram cerca de 500 mil mortos, quando já não existiam razões militares para tal crueldade. Foi para garantir trabalho para os consórcios da construção civil que há muito desenhavam cenários de reconstrução de que beneficiariam? Foi para garantir a contenção da URSS, esboçando já a futura política de guerra fria? Seria pelas duas razões? O diabo que escolha…
(...)Recrudescem os ataques dos especuladores financeiros às economias mais vulneráveis e dependentes da zona Euro.
O capital financeiro que recebeu dos Estados milhões de milhões de euros é o mesmo que agora especula sobre a fragilidade das contas públicas criada por essas transferências e pela dependência económica das economias periféricas.
Dependência causada por uma política monetária e cambial conduzida pelo BCE, com a sua falsa independência, ao serviço do grande capital e das grandes potências europeias. Agravada pela liberalização dos mercados e pela livre concorrência no comércio internacional.
Perante isto, os governos e a UE acabam de deixar bem claro qual o significado da "solidariedade europeia": estender o tapete à continuação do saque do capital financeiro e transferir para os trabalhadores e os povos os custos do roubo - se preciso for, com medidas de autêntico terrorismo social. Mas os trabalhadores e os povos não capitularão perante o rumo que lhe anunciam como inevitável - e que não é! A sua luta aí está a demonstrá-lo.
Na Grécia, em Portugal e em tantos outros países. Daqui os saudamos pela coragem e determinação. Precisamos de coesão económica e social. De crescimento e desenvolvimento, com correcção de injustiças. E por isto se exige, entre outras medidas, o fim definitivo do (mal chamado) Pacto de Estabilidade e Crescimento. (...)
Consulte aqui a versão integral da intervenção do euro-deputado João Ferreira no Parlamento Europeu.
(...) Ao longo da crise em curso foi gritante a falta de solidariedade da União Europeia e em especial das suas principais potências. Deixou-se agravar o ataque dos especuladores em relação à Grécia, e também em relação ao Portugal e outros países, quando a situação podia e devia ser travada com uma posição mais forte perante essas operações. Está hoje aliás evidente que as notações e as supostas inseguranças dos mercados, nada mais são do que a pressão para aumentar o juro das dívidas e assim as margens de lucro do capital especulativo.
Nesta crise ficou claro como funciona a União Económica e Monetária. Um bom exemplo é a acção do BCE, guardião da ortodoxia monetarista. O BCE pode emprestar e empresta dinheiro a instituições bancárias, independentemente até da sua solidez, à taxa de 1%. Mas está proibido de emprestar dinheiro aos Estados em dificuldades, por imposição e interesse da Alemanha.
E mesmo perante a situação de crise, a evidenciar que é preciso fomentar a economia dos países menos desenvolvidos, mantêm-se absurdamente os critérios monetaristas dos 3% de défice, mesmo que isso implique uma ainda maior destruição das economias, do emprego, do desenvolvimento.
Consulte aqui a versão integral desta intervenção de Bernardino Soares, ontem na AR
E acusa os EUA de planear a saída dos seus militares, sem fazer esse tratamento e deixando zonas do território a braços com um grande imbróglio ambiental.
Para ir acompanhando esse relatório que tem mais duas partes além do que foi publicado no passado dia 25, clique no site da kabulpress.org