quarta-feira, 18 de março de 2015

A "desdolarização" da economia mundial e a irritação dos EUA face à Inglaterra


A China  anunciou recentemente o lançamento do seu próprio sistema de pagamentos internacionais, o CIPS, naquele que é considerado mais um passo para reforçar a sua moeda – o yuan – e reduzir a dependência do país face ao dólar. Segundo informa a Reuters, o sistema para transações internacionais em yuanes deverá entrar em funcionamento entre Setembro e Outubro deste ano.

A iniciativa chinesa ocorre cerca de um mês depois de a Rússia ter avançado no mesmo sentido, pondo em funcionamento um sistema alternativo ao SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais), de forma a reduzir os impactos negativos das sanções que lhe foram impostas pelos EUA e União Europeia.

De acordo com o portal do Sputnik News, cerca de uma centena de entidades de crédito russas integram o novo sistema, que permitirá aos bancos do país comunicar através do Banco Central da Rússia (BCR). A implementação do sistema próprio, levada a cabo pelo BCR, surge na sequência de reiteradas ameaças dos EUA e UE de desligarem a Rússia do SWIFT impedindo assim as suas transacções com o Ocidente. Nas novas circunstâncias, segundo os especialistas, é possível reduzir significativamente o domínio financeiro do Ocidente sobre a Rússia.

Actualmente a maioria das transacções interbancárias internacionais, como ordens de pagamento e transferências bancárias, são realizadas por meio da rede SWIFT, que está sob o controlo dos EUA e que Washington utiliza como arma económica.
Num caso paralelo a este,
Washington deu um puxão de orelhas a Londres por ter decidido juntar-se ao Asia Infrastructure Investment Bank (AIIB), lançado por Pequim. A administração de Barack Obama, numa atitude pouco comum para com o seu aliado privilegiado na Europa, considerou mesmo a decisão de Londres como prova de uma "constante acomodação" do Reino Unido à China. Washington teme que Pequim, se tiver o poder de veto, possa utilizar a nova instituição financeira como instrumento da sua política externa. Londres mantém a sua opção.

"Temos consciência de uma tendência de constante acomodação com a China, o que não é a melhor forma de comprometer uma potência em ascensão", afirmou um responsável americano.

A irritação dos EUA justifica-se com o facto de o AIIB, lançado em 2014 por Pequim, ser visto como um rival do Banco Mundial (BM), sediado em Washington e dominado pelos ocidentais (e sempre presidido por um norte-americano), e ao Banco Asiático de Desenvolvimento.

Um responsável da administração Obama afirmou ao Financial Times que a decisão britânica foi tomada sem "praticamente qualquer consulta com os Estados Unidos", numa altura em que o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) tem estado a discutir a forma de tratar com o novo banco.


1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui, não falta a corrupção.