quinta-feira, 19 de julho de 2012

O jornal "Publico": contra a Síria vale tudo...

A Rússia e a China acabaram há instantes de inviabilizar uma resolução do Conselho de Segurança. O texto, redigido pelos britânicos, ameaçava o regime de Damasco com sanções ou, em último recurso, com uma intervenção militar caso o plano de paz para a Síria continuasse a não ser cumprido. Estabelecia um prazo de dez dias para o fim do uso de armas pesadas e a retirada das tropas das cidades e das vilas.

O texto contemplava ainda o alargamento do mandato dos observadores da ONU no país, cuja missão termina esta sexta-feira. Entre os 15 países membros, apenas 11 votaram a favor (para além dos votos contra de Moscovo e Pequim, outros dois abstiveram-se).


Mas, como todos os dias, hoje li o Público. 
Procurei, naturalmente, o noticiário sobre os acontecimentos na Síria e pelo que li, nem diante de todas as evidências, como os dois atentados de ontem em Damasco, a jornalista Sofia Lorena continua a dar crédito à tese do "suicida" quando foram cargas  muito potentes antes colocada para serem . accionadas por controlo remoto e omite os dois atentados, talvez porque o segundo provocou um número ainda indeterminado de mortos civis e militares, em plena rua de um bairro populoso.
A jornalista parece estar no terreno, confrontando os riscos, mesmo sob a protecção dos "combatentes da liberdade", recolhendo depoimentos e imagens. Mas uma melhor leitura revela que não está lá e está sim a cortar e colar textos de autoria não referida. Porque não a refere? Porque mete o Público uma foto não referenciada ao texto quando podia ter metido a foto ontem difundida em todo o mundo do massacre provocado pela segunda bomba na rua.
Quanto a fontes sírias (governo, órgãos de informação que são muitos), nada!!! Rigor e isenção, pois claro!
Passamos à sua colega Margarida Santos Lopes. Aí as fontes são citadas como sendo dois responsáveis da oposição armada que...não estão no terreno mas ...um viajado entre a Bélgica e os EUA" e o outro está no exílio no Canadá...  É um delicioso critério jornalístico. Poderia ter desenvolvido a questão dos "apoios logísticos" mas talvez arriscasse o lugar. Os grupos mercenários são treinados pela CIA e Mossad e depositados no território pelo Qatar, pela Arábia Saudita e pelos emiratos árabes, onde têm as suas bases de treino...Certamente para deseja a vivacidade dos relatos seria preferível falar por telemóvel com um dos chefes da "rebelião"...A opção pelas poltronas confortáveis dos aviões, onde reina a serenidade, é mais compaginável com a preguiça dos fretes on-line...
Também com esta jornalista, referências à "outra" parte do conflito, népias...
Depois veio um comentário de outra jornalista, Rita Siza, de que se esperaria alguma análise política. Mas, "moita, carrasco", propaganda tão só porque contra a Síria vale tudo!...


Alerta à navegação - Nunca fui nem sou adepto do regime sírio mas ele hoje desempenha a resistência contra a progressão da besta da barbárie que se iniciou com o 11 de Setembro e que irá progredir para o Irão, para a Rússia e para a China.
Alguém tem dúvidas que para além destas guerras de envergadura, na maior parte dos casos não declaradas, como no Iraque e no Afeganistão, e depois na Líbia, os EUA e seus aliados preparam a guerra das guerras?

1 comentário:

L. Leite disse...

Não há qualquer espécie de dúvidas! Mas isso é pago com um enorme sofrimento do povo Líbio e, infelizmente, com (mais) uma provável derrota perante os EUA e seus aliados.
Lamentável e assustador!

LL