Sei que vou ser condenado. Sei que irei longos anos para a Cadeia de Peniche, onde se condensam alguns dos aspectos mais negros do regime, onde impera a coacção moral e física, a arbitrariedade e a prepotência, os castigos corporais e a má alimentação, onde um director psicopata e invertebrado passeia o seu sadismo.
É a 3.ª vez que estou preso.
É a 2.ª vez que sou julgado.
Revejo estes 20anos.
Revejo alguns dos melhores homens que conheci, uns mortos prematuramente, outros assassinados, outros destruídos pela violência da própria luta.
Revejo as centenas e centenas de militantes comunistas que pessoalmente conheci e que de mim sabiam apenas o que é em mim fundamental: que sou comunista.
Revejo os meus companheiros de clandestinidade, meus camaradas e meus amigos, esses homens e essas mulheres que, no sobressalto e no perigo, erguem a resistência no meu país.
Repito: sei que vou ser condenado.
Mas digo e redigo: neste tribunal, o meu lugar é aqui. Os serventuários da exploração e da tirania, esses é que são os criminosos.
Revejo estes 20anos.
Revejo alguns dos melhores homens que conheci, uns mortos prematuramente, outros assassinados, outros destruídos pela violência da própria luta.
Revejo as centenas e centenas de militantes comunistas que pessoalmente conheci e que de mim sabiam apenas o que é em mim fundamental: que sou comunista.
Revejo os meus companheiros de clandestinidade, meus camaradas e meus amigos, esses homens e essas mulheres que, no sobressalto e no perigo, erguem a resistência no meu país.
Repito: sei que vou ser condenado.
Mas digo e redigo: neste tribunal, o meu lugar é aqui. Os serventuários da exploração e da tirania, esses é que são os criminosos.
Escrito há 45 anos e lido em pleno tribunal plenário,
este discurso
do meu pai ilustra a coragem de muitos
,dizendo na cara
dos carrascos aquilo que pensava deles,
sem medo.Já atrasada nas comemorações dos 94 anos
anos do PCP, não podia
deixar de partilhar este texto,
que fala do que foi o Partido e que critica o regime
ditatorial- em tantas
coisas tão parecido com o de hoje.
(Rita Veloso)
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