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A "desdolarização" da economia mundial e a irritação dos EUA face à Inglaterra
A
China anunciou recentemente o lançamento do
seu próprio sistema de pagamentos internacionais, o CIPS, naquele
que é considerado mais um passo
para reforçar a sua moeda – o yuan – e reduzir a dependência do país face ao
dólar. Segundo informa a Reuters, o sistema para transações internacionais em yuanes deverá entrar em funcionamento
entre Setembro e Outubro deste ano.
A
iniciativa chinesa ocorre cerca de um mês depois de a Rússia
ter avançado no mesmo sentido, pondo em funcionamento um sistema alternativo ao
SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais), de
forma a reduzir os impactos negativos das sanções que lhe foram impostas pelos
EUA e União Europeia.
De
acordo com o portal do
Sputnik News,
cerca de uma centena de entidades de crédito russas integram o novo sistema,
que permitirá
aos bancos do país comunicar através do Banco Central da Rússia (BCR). A implementação do sistema
próprio, levada a cabo pelo BCR, surge na sequência de reiteradas ameaças dos
EUA e UE de desligarem a Rússia do SWIFT impedindo assim as suas transacções com o Ocidente. Nas novas
circunstâncias, segundo os especialistas, é possível reduzir significativamente
o domínio financeiro do Ocidente sobre a Rússia.
Actualmente a maioria das transacções interbancárias internacionais,
como ordens de pagamento e transferências bancárias, são realizadas por
meio da rede SWIFT, que está sob o controlo dos EUA e que Washington utiliza
como arma económica.
Num caso paralelo a este,
Washington
deu um puxão de orelhas a Londres por ter decidido juntar-se ao Asia Infrastructure Investment Bank
(AIIB), lançado por Pequim.
A administração de Barack Obama, numa atitude pouco comum para com o seu aliado
privilegiado na Europa, considerou mesmo a decisão de Londres como prova de uma
"constante acomodação" do Reino Unido à China. Washington teme que
Pequim, se tiver o poder de veto, possa utilizar a nova instituição financeira
como instrumento da sua política externa. Londres mantém a sua opção.
"Temos
consciência de uma tendência de constante acomodação com a China, o que não é a
melhor forma de comprometer uma potência em ascensão", afirmou um
responsável americano.
A
irritação dos EUA justifica-se com
o facto de o
AIIB, lançado em 2014 por Pequim, ser visto como um rival do Banco Mundial
(BM), sediado em Washington e dominado pelos ocidentais (e sempre presidido por
um norte-americano), e ao Banco Asiático de Desenvolvimento.
Um
responsável da administração Obama afirmou ao Financial Times que a
decisão britânica foi tomada sem "praticamente qualquer consulta com os
Estados Unidos",
numa altura em que o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo)
tem estado a discutir a forma de tratar com o novo banco.
1 comentário:
Aqui, não falta a corrupção.
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