A minha mãe foi como muitas outras mães
mas era a nossa.
Nem eu nem os meus dois irmãos a
podemos esquecer.
O meu pai educou-nos mas tinha a
exigência da actividade partidária e profissional para o sustento
da família, bem como um grande entusiasmo por ambas, exemplos que nos
foram muito importantes para o resto da vida.
Foi ela quem, apesar da sua
reduzida formação escolar, mas com a escola da sua
vida, nos ajudou mais a definir quem viríamos a ser.
Desde logo com a coragem com que
enfrentava a PIDE nos assaltos de madrugada a casa quando nos vinham
tirar o pai.
O carinho, as reprimendas, os conselhos
que nos dava ou as ajudas que nos pedia fizeram-nos crescer bem e
preparar-nos para a vida.
Mãe, lembras-te como nas vésperas de
Natal, nos reuníamos na cozinha à volta do fogão, de onde iam saindo cuscurões
e filhoses, e nos distribuías os restos dos fritos como a mãe pássaro vai
distribuindo no ninho alimento aos seus filhotes?
Hoje não estás connosco. Nem ele.
Mas, como todos os dias,
lembramo-nos muito de ti, mãe-coragem.
7 comentários:
Não é mãe quem quer, mas quem sabe ser
e tem tanto de saber, esse querer
Bela homenagem á tua Mãe, António.
O teu pai ainda conheci.
Abracinho :)
No espelho das águas
tudo é mais claro
(...)
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, em 'Lição de Coisas'
Linda homenagem.
Mariana
:)
Tão lindo!
:)***
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