segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A crise passará ? E a guerra será evitável?

1. Nos EUA os lucros subiram com a dívida, mesmo quando a produção diminuía durante décadas. Os dirigentes políticos e dos grandes grupos subestimaram a debilidade que crescia na economia subjacente. Os EUA e a Europa desaceleraram e aproximaram-se da estagnação.
Krugman assinalou depois que não se iria sair da presente crise como das de 1930 e da anterior de 1873. De facto, os anunciados arranques de melhorias de negócios ou de recuperações que se propagariam à Europa não se estão a realizar. Nos EUA e outros países registam-se retrocessos dessas expectativas, positivas, mas não sustentadas. A estagnação será, certamente, a perspectiva mais provável.

2.  A diferença assinalável entre crises resulta nesta último da financeirização do sistema, geradora de mais lucros de papel mas desligados dom valor da produção. Em nome da inovação tecnológica, agitada como pechisbeque de feira, a economia real foi deitada às urtigas ou concentrou-se em grandes corporações.
A desvalorização do trabalho como factor "dispensável", pressionou alterações nos direitos e condições de vida dos trabalhadores, para obter as reduções de despesa associadas às quebras de investimento produtivo. A criação de valor produtivo foi substituído por economias de casino. E chamou-se a isso modernidade. Os partidos que em Portugal há 35 anos têm o poder estão irremediàvelmente. comprometidos com estas opções. São ratazanas gordas a querer saltar do barco sem saberem nadar e que por cá ficam engordando as suas clientelas até no barco haver força para as fazer saltar e para mudar a orientação do leme.
As bolhas foram inchando e o seu rebentamento tornou-se mais problemático com o abandono das economias.
O ataque ao déficite, preferido ao crescimento económico que pode tornar esse outro combate profícuo, revelou uma opção de classe nítida, a favor da riqueza fácil de alguns e da debilidade e marginalização dos restantes que poderiam criar uma base mais alargada para essa redistribuição. A quebra do investimento e da actividade produtiva comprometeram a recuperação económica.

3. À escala mundial, os EUA para ganharem a guerra fria, e para imporem o seu papel de potência em toda a parte (o império) endividou-se até ao tutano, não controlou os seus déficites e foi obrigado a recorrer à oferta de outros países (ditos emergentes) para lhe manterem os níveis de vida e tentando, como agora está a acontecer com a China, impor-lhes desvalorizações forçadas da sua moeda para se poderem manter. Uma vez mais à custa dos outros.
A insistência no mundo capitalista numa desregulação financeira e nas opções neo-liberais para a economia, estão a impedir, de facto, a acumulação capitalista, que noutras crises ajudou à recuperação.
Para além disso os EUA, mas não só, operam como lavandarias do dinheiro sujo da droga e do tráfico de armas, há muito transformadas em fonte de financiamento das operações de inteligência dos EUA no criar e alimentar grupos terroristas e acções de subversão e ingerência noutros países numa ingerência ilimitada noutros países.

4. A imprevisibilidade de saída desta crise não dispensou a medida cautelar dos EUA e dos seus mais directos aliados de usarem crescentemente a NATO como força de intervenção à escala mundial. Vêm a Lisboa em 20 de Novembro falar-nos de guerra.
Ao mesmo tempo animam situações de guerra actuais ou potenciais na América Latina, no Médio Oriente e Ásia Central, bem como no Extremo Oriente, a abertura de caminhos até às fronteiras com o Irão, a China e a Rússia. Para isso contam com o apoio da Colômbia, ou do Egipto, do Paquistão ou de Israel.
Os avisos insistentes de Fidel nestas últimas semanas têm fundada razão de ser.

5. Neste contexto de dominação e de grandes receios só os povos,. levantando-se, poderão conjurá-los. Não é fácil mas não há outro caminho.
Por isso estaremos todos dia 20 de Novembro na manifestação contra a presença da NATO.

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