Na sequência do que aconteceu na Líbia, Obama irá enviar nos próximos meses tropas para se juntarem a grupos já criados por si no Uganda, Sudão do Sul (cuja independência foi por si animada), para o Congo e para a República Centro-Africana.
Com estas anexações às suas intenções, os EUA pretendem instalar em Africa uma NATO regional, a AFRICOM. Para ela Dick Cheney previa já nos anos 90, no seu Plano Estratégico de Defesa, a alocação de 60 mil militares de forças especiais, incluindo esquadrões da morte, que já operam em 75 países e assim chegariam aos 120 (longe ficariam os impérios romano, otomano, etc, etc, etc.). Até agora, Obama via os países africanos a oporem-se a este projecto. Mas parece que está disposto a, como Hitler, ir atacando aqui e ali para o fazer "aprovar"...
É uma atitude alinhada com a política de ingerência interna noutros países, cujas administrações, democratas ou republicanas realizaram paulatinamente desde o final da 2ª guerra mundial.
Em todas estas situações foram usadas cìnicamente expressões como "propósitos humanitários", "intervenções humanitárias", "segurança nacional dos Estados Unidos".
Não vamos aqui descrever todas essas situações de massacres, limpezas étnicas, eliminação de comunistas e outros combatentes pela liberdade para reforçar as ditaduras de gente como Mobutu, Pinochet, Suharto, Museveni.
É sabido que nas motivações da intervenção da NATO na Líbia, ocupava lugar destacado o afastar a China do petróleo líbio, a que os países da NATO já tinham acesso.
Nas últimas décadas, tal como o investigador
John Pilger refere, "A África tem sido um caso de sucesso da China. Lá para onde os americanos levaram drones, desestabilização, os Chineses levaram estradas, pontes, barragens e a compra do fuel, de que era o principal o principal cliente internacional.
O início da actividade dos "rebeldes" apoiados pela NATO e o suposto "fabrico" pelos lideres líbiosde uma plano genocida para Benghazi, levaram os Chineses a retirar da Líbia cerca de 30 mil trabalhadores. A França decidiu então oferecer o apoio total e permanente ao
TNC "em troca" (foi o termo usado") de 35% da produção de petróleo líbio...
Pilger, relembrando a ironia de Frantz Fanon, no Black Skin, aplicando-a a Obama, presidente americano "filho de África": "O que importa não é tanto a cor da tua pele mas o poder que serves e os milhões que trais..."