Alguns dos defensores incondicionais da NATO querem iludir questões fundamentais com alguns paliativos duvidosos.
O novo conceito estratégico, elaborado por Madeleine Albright e aprovado pelo Secretário-Geral da NATO, decorre de alterações na cena internacional como as derrapagens dos EUA, um enorme novo papel das "economias emergentes", reconstituição de organizações regionais, e novos e recauchutados terrorismos. Mas a NATO adopta a atitude de tutelar forças regionais mais que deixar para essas instituições regionais a tutela da NATO. Quer mais forças e meios mas manter o comando centralizados nas mãos dos EUA, Inglaterra e Alemanha. Quer legitimar nesta cimeira a sua intervenção em cenários de guerra que crie ou envolver-se noutros.
A Rússia poderá aceitar nos países da NATO uma modalidade de escudo anti-míssil mas que não comprometa os meios que detém de dissuasão nuclear. E não aceita que a NATO identifique como novo inimigo o Irão. Por outro lado os últimos anos têm sido de revoluções "coloridas", apoiadas pelo EUA no leste europeu, atracção desses países para a NATO para fazer encostar esta à Rússia. Colocando a Rússia de pé atrás quanto às intenções de acordos com a NATO.
O invocado fim da Guerra Fria é um mito. Com configurações actualizadas os "outros" nessa guerra não são hoje Cuba, Irão, Síria, Coreia do Norte, Myanmar, Venezuela, Bolívia, etc? Quanto ao desejo expresso por alguns dos nossos governantes de que a NATO deixe de ser o polícia do mundo, a ver vamos. Até hoje não o deixou de ser.
Um dos actuais membros da NATO é a Turquia. Tal como a Rússia não quer ver identificados "novos inimigos" que iria comprometer a credibilidade que a Turquia diz procurar ter no conjunto dos países islâmicos. E quer controlar o escudo anti-míssil que lhe venha a ser instalado no seu território.
A NATO foi derrotada no Afeganistão. Mas vai deixar muitas dezenas de milhares de operacionais neste país e no Iraque. Que quererá ver apoiados por efectivos e meios de outros paísess da NATO.
Portanto, os consensos poderão não chegar a ser tão plenos como se quer. E mesmo que alguns sejam, muitos países não participarão neles e continuarão a vêr as suas matérias-primas pilhadas, as ingerências externas serem aumentadas e muitos direitos humanos negados.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
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