sábado, 19 de junho de 2010

Não esqueceremos


Neste mês de Março ocorreram simultâneamente dois factos de consequências complexas para o nosso país.

Por um lado, entrou em vigôr um dos maiores graves pacotes anti-sociais realizadas ao longo da nossa democracia. Por outro, a reclamação de "Mais Europa" traz no bojo mais alienação do que resta da democracia para instâncias supranacionais, não eleitas que, sob o comando de personagens como o presidente do Banco Central Europeu e em articulação com os EUA, configuram um governo mundial.

Quando alguns comentaristas dizem que os crimes sociais cometidos foram de acolhimento unânime e que "não havia alternativa, "esquecem" as grandes manifestações ocorridas em Portugal, Grécia e Espanha e em outros pontos do mundo. Esquecem a repulsa que tais medidas provocaram em camadas intermédias e na generalidade da população, o medo que domina muita gente por causa do seu futuro.

Algumas boas consciências ou se fixaram na discussão deste ou daquela questão parcelar, ou encheram-nos os ouvidos com frases que surrupiaram ao descontentamento social como rupturas, novos paradigmas, novas trajectórias. Descodificada a semântica,as medidas foram contra os trabalhadores. Nada sobre o crescimento económico. Nada sobre a estabilidade social. E nada sobre a soberania. Os portugueses não vão esquecer.

É certo que esse medo poderá gerar recuos mas essa insensibilidade, ditada por interesses de classe cada vez mais estreitos, irá originar uma queda mais estrondosa desta política.

1 comentário:

Alex disse...

Então bom amigo, não esqucido do blog...?
Força..
A.