segunda-feira, 28 de junho de 2010

O despertar político global e a nova ordem mundial, de Andrew Gavin Marshall



Andrew Gavin Marshall que, com Michel Chossudovski, publicou há dias"A crise económica global - a grande depressão do séc. XXI", apresenta agora na Global Research uma série de 3 artigos a que chamou "A Revolução Tecnológica e o futuro da Liberdade".


Neste primeiro artigo, do passado dia 24, Marshall propõe-nos observar a situação contraditória decorrente dessa revolução: por um lado a humanidade nunca esteve tão atenta às questões do poder, da exploração, do imperialismo e da dominação mas, por outro lado, nunca as elites transnacionais globais estiveram tão capazes de imporem um sistema verdadeiramente global de despotismo científico e opressão política. O autor confessa estar cheio de esperança mas pressionado pela urgência. Para ele, em toda a história humana nunca o potencial e a repercussão das acções humanas foi tão monumental como nos nossos dias.
Sustenta que os indivíduos têm o despertar global ao seu alcance no que respeita aos acontecimentos mas também quanto a si próprios.
A população do mundo nunca foi tão grande e as élites, hoje mais que no passado, procuram dominar populações que cada vez mais estão conscientes das desigualdades, da guerra, da pobreza, da exploração, do desrespeito, do imperialismo e da dominação. Por isso, nesta condição humana histórica e única , trabalham para instalar o caos organizado das crises económicas, a guerra e a rápida institucionalização de uma ditadura baseada na ciência.
O autor remata, dizendo que a nossa esperança é o medo dessas elites e o nosso medo é a única esperança delas.
Pode encontrar aqui o artigo na íntegra.

Provocadores da polícia nas manifestações pacíficas a propósito da cimeira dos G20 em Toronto



As polícias de todo o mundo já incorporaram há muito no seu arsenal contra manifestantes o recurso a provocadores, que se confundem com manifestantes, para realizarem actos violentos. Contra lojas comerciais e outros estabelecimentos, contra carros civis e da polícia, recorrendo a diversos meios como matracas e cocktails molotov.
Os grandes órgãos de informação limitam-se a passar as imagens desses actos e, em termos editoriais, a identificarem isso com a acção dos manifestantes para lhes retirar credibilidade e para lhes reduzir o apoio popular.
Em países mesmo com fortes organizações de esquerda, políticas e sindicais, a neutralização desses grupos é por vezes difícil.

Já noutras vezes, como no Quebec, os provocadores usaram mesmo botas da polícia, como pode ver aqui, aqui e aqui.
Desta vez, em Toronto, o mesmo aconteceu, com "anarquistas", musculados, revelando preparação militar.
O grupo auto-entitula-se "black bloc".
Uma notícia de conjunto sobre estas questões pode ser vista aqui.

O Nobel da Economia, norte-americano, Joseph Stiglitz, citado no Público de hoje


"Nos Estados Unidos entregámos à banca 700 mil milhões de dólares. Se tivéssemos investido apenas uma fracção dessa quantia na criação de um novo banco teríamos financiado todos os empréstimos necessários”, explicou Joseph Stiglitz em declarações ao jornal “Independent”. Na realidade, adiantou, teria sido possível atingir esse objectivo com muito menos.

Para o Nobel da Economia, o problema dos Estados Unidos é que o estímulo fiscal não foi o que era necessário. Depois dos ataques dos mercados financeiros à Grécia e a Espanha, o consenso aponta para a poupança por parte dos governos, critica Stiglitz que compara a situação actual com a dos Estados Unidos durante a presidência de Herbert Hoover.

Os governos, como o britânico, não só se negam a estimular a economia, como também se dedicam a cortar no gasto, como fez Hoover em 1929. “Hoover acreditava que quando se entra em recessão, aumenta os défices, pelo que optou por cortes e isto é precisamente o que querem agora os estúpidos mercados financeiros que nos colocaram na situação em que estamos”, disse o prémio Nobel.

Segundo Stiglitz, é o clássico erro de confundir a economia de uma família com a de uma nação. “Se uma família não pode pagar as suas dívidas é-lhe recomendado que gaste menos. Mas numa economia nacional, se se corta o gasto, a actividade económica cai, nada se inverte, aumenta o gasto com o desemprego e acabasse sem dinheiro para pagar as dívidas”, disse.

A resposta à crise, defende Stiglitz, não é reduzir o gasto público mas redefini-lo reduzindo, por exemplo, a verba que é gasta na guerra do Afeganistão e aumentando o investimento em áreas como a investigação e o desenvolvimento.

sábado, 26 de junho de 2010

Carlos Pato, 60 anos sobre o seu assassinato pela PIDE no Forte de Caxias


Estes 60 anos foram hoje assinalados nas instalações do Ateneu Vilafranquense, de que Carlos Pato foi presidente entre 1945 e 1949, em que participei, e por uma romagem à sua campa por iniciativa da Comissão Concelhia do PCP.

A sua morte ocorreu, no reduto norte da cadeia, na sequência de falta de assistência médica por parte da PIDE, depois de treze meses de brutais tratamentos físicos, incluindo 111 horas de "estátua" (ao preso não era permitido sentar-se nem encostar-se). Carlos Pato tinha então 29 anos. O Director da Cadeia pretendeu ocultar o facto da família, o que não conseguiu pelo que , quando a PIDE levou o corpo em funeral para o cemitério de Vila Franca de Xira, uma multidão impôs um passo lento ao desfile.
Carlos Pato era irmão de Octávio Pato que, à data da sua morte, estava na clandestinidade.

Bancário, atleta em vários clubes de Vila Franca, Carlos Pato viria a acompanhar os passos de Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes, no movimento neo-realista mas só teve condições de escrever um livro, "Alguns contos", que viriam a ser publicados depois da sua morte. Participou com outros camaradas e simpatizantes do Partido nos "Passeios culturais do Tejo".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

João Ferro


Faleceu João Ferro, jornalista, de 72 anos.

Militante do PCP, trabalhou em Moscovo, antes do 25 de Abril, depois na agência soviética Novosti em Lisboa, acabando por ser um dos jornalistas da criação da SIC onde trabalhou até ao fim da vida.

De João Ferro guardo a memória de um bom conversador, culto e informado, sensível e atencioso, solícito mas profundamente só.
Tinha agora uma tertúlia de amigos onde animava as conversas.
Foram dezenas de anos de camaradagem militante que ficam dentro de nós nesta partida.
Em nossa casa, foram horas a fio - uma das quais com a filha russa que vivia com a mãe em Espanha - em que nos prendíamos nos seus relatos sobre a história da Rússia, da Revolução bolchevique e da URSS.
Ontem e hoje muitos amigos se despediram dele. Adeus João.

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"O senso comum não é assim tão comum"
Voltaire

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O grande abafador


Queixam-se muitos realizadores de cinema portugueses que õ Sr. Antunes João, da ZON é o grande "abafador" do cinema português. Fazem-no recorrendo à imagem da almofada que abafa.

O que me suscita uma outra imagem, a do abafador dos berlindes, e da sensação que sentia quando os meus bilas, ao saltitar entre as três covinhas, eram expropriados por um de nós, que se queria destacar do bando recorrendo a algumas regras semelhantes às do mercado. Não do Chile, onde nos íamos abastecer, mas duma coisa invisível em que se tornou a troca de animais na terra da minha mãe. Uns tinham muitas cores. Outros tinham uma particularidade que constituía para nós, aprendizes da vida, um selo de garantia que permitia o "abafar". Outros ainda eram, pura e simplesmente, fora do vulgar, o que obrigava a um esforço litigante que só tinha eficácia definitiva se puxássemos de um "papa-mundo" para defender o nosso património, ganho com o sacrifício de súplicas aos nossos pais mas recompensado quando na tabacaria, no caso o Ti Manel, abria os sacos e nos oferecia uma vista maravilhosa de cores e brilhos.

Vem isto não totalmente a propósito, de um texto publicado hoje no Público por um conjunto significativo de bons realizadores portugueses.

Queixam-se eles, e o que vemos nas salas de cinema, parece comprová-lo, que a concentração nas mãos da Lusomundo/PT/ZON, da propriedade do "essencial do património do cinema português contemporâneo e antigo", fazendo-o desaparecer das salas. Depois de terem ido a festivais, sido estreados em,Portugal e , editados em DVDs, mostrados em eventos diversos noutros países ou passados nos canais de TV. E de que o FICA (Fundo de Investimento do Cinema) apesar de só deter 3o% do capital domina o jogo todo destre Fundo para impôr produções pimba...
Queixam-se ainda que membros do governo e a Direcção do Instituto de Cinema e Audiovisual, têm conhecimento deste processo mas não querem dificultar a vida ao referido grupo.
Queixam-se finalmente de que o mesmo grupo viabiliza a invasão de produtos norte-americanos de baixa-qualidade e inviabiliza a intervenção de outros distribuidores, nomeadamente do cinema independente.

Para que o abafador não fique na sombra, aqui o apresentamos, apesar de algumas perplexidades que tal olhar nos suscita.

Segundo a ZON, "Desde 2003 é gestor global dos Canais Lusomundo e responsável pela totalidade das operações da Lusomundo Audiovisuais, nomeadamente nas vertentes de distribuição de cinema e Home Vídeo Durante a sua actividade profissional tem sido responsável pela selecção, aquisição e programação de uma grande variedade de obras, nomeadamente filmes, documentários, animação, séries."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pintura de Almada Negreiros




A Mafalda e o desemprego


“Um pacto para o emprego ou o para desemprego?”, de Eugénio Rosa





Numa altura em que se fala num Pacto para o Emprego, Eugénio Rosa, com base num estudo do Governo sobre "Emprego, contratação colectiva de trabalho e protecção da mobilidade profissional em Portugal", desmonta a perspectiva de emprego prometida nos PEC 1 e PEC 2.
Como é que se pode falar num "Pacto para o Emprego" quando, para além da situação que os próprios dados de um estudo do Ministério do Trabalho revelam, se aprova um "PEC1" e um "PEC2" que contém medidas que vão inevitavelmente determinar um menor crescimento económico (e o Banco de Portugal já tinha previsto que em 2010 seria apenas de 0,4%) e uma maior destruição de emprego e, consequentemente, o aumento rápido do desemprego que os dados do INE, do Eurostat, e mais recentemente da OCDE mostram que é uma situação cada vez mais insustentável (recorde-se que, perante a fraqueza do governo de Sócrates, a Comissão Europeia veio exigir novos cortes no défice em 2011 no montante de 2.500 milhões € o que se for aceite, torna a situação ainda mais insustentável)? Como é que se pode falar de "Pacto para o Emprego" quando se prevê a perpetuação das baixas qualificações em Portugal, e quando os salários reais diminuem e afastam-se cada vez mais dos salários médios da UE? Como é que se pode falar seriamente de um "Pacto para o emprego" quando se impõe a caducidade administrativa de um número crescente de Contratos Colectivos de Trabalho deixando de fora da protecção da contratação colectiva milhares de trabalhadores? Como é que se pode falar em Pacto para o Emprego, o patronato apoiado no poder dado pelas leis aprovadas pelo governo do PSD/CDS e pelo governo de Sócrates impõem salários contratuais que se afastam cada vez mais dos salários reais? São estas as questões que se deixam aqui para reflexão.

sábado, 19 de junho de 2010

Não esqueceremos


Neste mês de Março ocorreram simultâneamente dois factos de consequências complexas para o nosso país.

Por um lado, entrou em vigôr um dos maiores graves pacotes anti-sociais realizadas ao longo da nossa democracia. Por outro, a reclamação de "Mais Europa" traz no bojo mais alienação do que resta da democracia para instâncias supranacionais, não eleitas que, sob o comando de personagens como o presidente do Banco Central Europeu e em articulação com os EUA, configuram um governo mundial.

Quando alguns comentaristas dizem que os crimes sociais cometidos foram de acolhimento unânime e que "não havia alternativa, "esquecem" as grandes manifestações ocorridas em Portugal, Grécia e Espanha e em outros pontos do mundo. Esquecem a repulsa que tais medidas provocaram em camadas intermédias e na generalidade da população, o medo que domina muita gente por causa do seu futuro.

Algumas boas consciências ou se fixaram na discussão deste ou daquela questão parcelar, ou encheram-nos os ouvidos com frases que surrupiaram ao descontentamento social como rupturas, novos paradigmas, novas trajectórias. Descodificada a semântica,as medidas foram contra os trabalhadores. Nada sobre o crescimento económico. Nada sobre a estabilidade social. E nada sobre a soberania. Os portugueses não vão esquecer.

É certo que esse medo poderá gerar recuos mas essa insensibilidade, ditada por interesses de classe cada vez mais estreitos, irá originar uma queda mais estrondosa desta política.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras"
José Saramago

Os teus livros e as tuas reflexões são elemento essencial do nosso futuro colectivo


Era um adeus esperado nos últimos tempos, apesar de ter criado quase até ao último dia. Fica como um dos maiores escritores da nossa História. Foi um grande escritor do povo mas também um crítico do seu tempo, deixando inúmeras pistas para o futuro colectivo numa altura em que tanta falta faz reconstruir um projecto e um país vítimas da voragem dos predadores das pessoas e das suas identidades.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quirguistão: pequeno país mas de alta importância estratégica


1. O Quirguistão é um país quase totalmente montanhoso e sujeito a graves terramotos. O país fica na junção de dois grandes sistemas montanhosos da Ásia Central, o Tien Shan e o Pamir, que compreendem uma série de cadeias de montanhas, que vão do leste para o oeste. Mais da metade do território da república situa-se numa elevação de aproximadamente 2.500 metros (cerca de 8.202 pés). Geleiras e neves perpétuas abrangem mais de 3% do total do território.

A composição étnica é no total da população de 4,7 milhões (2000), sendo quirguizes 52%, russos 22%, uzbeques 13%, ucranianos 2,5%, alemães 2,4%, tártaros 1,6%, outros 6,5% (1996).

A nacionalidade é kirguiz, o kirguiz é a língua oficial, seguida pela Rússia. No que respeita à religião prosseguida: islamismo 70% (sunitas), cristianismo 5,7% (ortodoxos russos), outras 24,3% (dados de 1997).

Os principais partidos são o Comunista Quirguiz e o Social-Democrata da Quirguízia. E o legislativo é bicameral, com uma Assembleia Legislativa de 35 membros e a Assembleia do Povo com 70 membros. Ambos eleitos por voto directo para mandatos de cinco anos. A constituição actual está em vigor desde 1993.


2. Tal como outros países da Ásia Central, ex-soviéticos, depois do colapso da URSS, adaptou pouco a sua estrutura e composição política.


O presidente Askar Akayev foi deposto por um golpe organizado pelos EUA, em 2005, assim que se concretizou um compromisso de apoio financeiro por parte da China, potência interessada em alargar a sua influência regional.


Sucedeu-lhe Kurmambek Bakiyev, aliado dos americanos que concedeu aos EUA uma base militar, a pretexto da luta antiterrorista que os EUA que puseram em prática para “legitimar” o seu avanço para uma zona rica em petróleo que os acercava dos territórios da Rússia e China. No caso do Quirguistão salienta-se ainda uma importante mina de ouro descoberta do tempo da URSS (e gerida pelo Canadá, com o apoio dos EUA) e outros minerais utilizados em meios estratégicos, como o urânio e o antimónio.

A “revolução túlipa” fez entrar no país ONGs apoiadas e dirigidas pela administração americana em todo o processo de liquidação do mundo socialista.

Este presidente assumiu políticas de privatização, aumentos de preços e pauperização de importantes sectores da população e tinha prevista uma alteração constitucional que previa uma sucessão dinástica dos altos cargos e, por isso, viria a cair na sequência de uma revolta popular muito bem organizada, num processo em que os rebeldes chamaram a si a polícia e o exército, deixando o presidente deposto sem apoios para retomar o poder. Os EUA começaram por apoiar Bakiyev, mas em poucos dias acabaram por ir ao encontro dos revoltosos, que rejeitaram um outro sucessor presidencial que os EUA fizeram avançar – Eliseev.

Os revoltosos formaram, um governo provisório, dirigido pela senhora Otosenbaieva que, entretanto, obteve apoio económico dos EUA (garantindo a continuidade da sua base) e URSS mas não a intervenção militar deste pedida pelo governo provisório à Rússia.


3. Há portanto 3 grandes potências a observar a situação, que ainda não se pacificou.

Os EUA, que aspira ao império mundial, querendo alargar a sua presença e domínio em países a muitos milhares de quilómetros das suas fronteiras. A Rússia e a China que partilham preocupações sobre o “contágio” em possíveis conflitos no seu próprio território que aproveite conflitos entre etnias, sobre a segurança dos meios energéticos e sobre a aproximação dos seus territórios de bases militares norte-americanas.

A China, em particular, está interessada em manter o seu papel de liderança de uma economia regional onde tem actuado com grande eficácia e não aceitar que esta seja “tutelada pelos EUA”.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ainda o aniversário da adesão de Portugal à CEE


Com o devido respeito por todos, aquela plateia reflectia o desconforto em estarem a comemorar tal coisa, mas também alguma tristeza e chatice.

Ernâni Lopes e Mário Soares reclamaram mais Europa. Mais quê? Federalismo? Reforço do pilar europeu da NATO? Transferência de mais poderes dos Estados para a burocracia? Elaboração dos orçamentos nacionais em Bruxelas? Desregulamentação total do trabalho?

Alvaro Cunhal

Não terei a veleidade de escrever sobre Álvaro Cunhal, que evocamos, cinco anos depois da sua morte. Mas recomendo aos meus amigos que leiam o que Vitor Dias escreveu ontem no seu blog.

sábado, 12 de junho de 2010

Jovens das tribos de Omo







Parque dos Moínhos de Santana

Ali, entre as freguesias da Ajuda e do Restelo. Nesta altura pode passear, dormir, pintar, andar de baloiço, rebolar-se na relva, ir aos moínhos ou comer qualquer coisa no restaurante. Com a família e os amigos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge



"Não conseguimos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que usámos quando os criámos"




Albert Einstein

Quatro bailarinas, de Edgar Degas





quinta-feira, 10 de junho de 2010

O mundial de África



A abertura do Mundial de futebol decorreu com um grande espectáculo no Soweto.


Este mundial constitui um marco importante para a Africa do Sul mas também para toda a África.


O mundo conhecerá melhor o país de Mandela, que hoje tem outro peso no mundo. Mundo que importa ter vários grandes centros de influência e não apenas o comando dos EUA, que, apesar da sua bancarrota, impõem, um domínio sobre grandes zonas, assente na conquista das fontes de energia e na construção de uma direcção militar única a partir dos EUA e da NATO.
Continuando o ANC a ser o partido mais votado, e de forma significativa, isso não elimina as contradições decorrentes do seu crescimento, os comportamentos corruptos, nem a violência.

As forças do apartheid procuraram nestes últimos meses tudo para criar ou passar a imagem dum país violento, não consolidado, incapaz de organizar um evento destas dimensões.

Isso não se irá verificar.

Vida e morte no Vale do Côa, por Jorge



Duas expressivas fotografias da vida quase-selvagem que ainda é possível encontrar em certas zonas do país. Uma é da vida que nasce, a outra da morte, o grande ciclo da existência de tudo...Foram tiradas por um amigo na zona de protecção especial do Vale do Côa.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A grande depressão do séc. XXI

Michel Chossudovsky e Gavin Andrew Marshall publicaram há dias este livro na Glçobal Research, cuja capa original reproduzimos na coluna da direita.

Na introdução os autores salientam

"A crise económica é acompanhada por um processo de militarização do mundo inteiro, uma "guerra sem fronteiras" liderada pelos Estados Unidos da América e pelos seus aliados da NATO.

A condução de uma "guerra" longa pelo Pentágono

está intimamente relacionada com a reestruturação da economia. O colapso dos mercados financeiros no período 2008/9 foi resultado de fraude institucionalizada e manipulação financeira. Os apoios aplicados às instituições da Wall Street (bank bailouts) traduziram-se na maior transferência de riqueza em dinheiro da História e criaram, simultâneamente, uma dívida pública inultrapassável.

Com a deterioração dos padrões de vida a nível mundial e a queda das despesas dos consumidores, toda a estrutura das trocas comerciais internacionais passou a estar em perigo.

O sistema de pagamentos de transacções em dinheiro foi afectado. Após o aumento do desemprego, interrompe-se o pagamento dos salários, o que provoca por um lado uma queda das despesas em bens de consumo e em seviços de primeira necessidade.

Esta queda drástica do poder de compra sabota o sistema produtivo e daí resultam novos despedimentos, encerramentos de unidades produtivas e falências.

Agravada pelo congelamento do crédito, a queda da procura do consumidor contribui para a desmobilização dos recursos humanos e materiais".

Desgusting...

Estes jogos do PS e do PSD em torno do tipo de patifarias que cada um quer fazer ao país é nojento (desgusting para os ouvidos mais sensíveis...). Cada um quer dizer que as suas não são as piores e que o outro é que aproveita o carrinho para reduzir ou aumentar as dele.
Neste triste espectáculo, o PS até irá fazer patifarias mas "não tantas" quanto o PSD quer. Este jogo de sombras e conversa de polichinelo já tem trinta e tal anos de vida. E é sempre a mesma coisa.

Qualquer dia o confronto será transferido para o charme e indumentária de cada um. Fatos, gravatas, camisas e gravatas de marca serão diferentes num e noutro. Os penteados também. Mas tudo de alto gabarito. Ao lado exibem-se duas fotos que embos selecccionarem para acompanhar a natureza das suas propostas...
A continuidade deste tipo de dirigentes torna mais evidente a falta de estrutura para lidarem com o país, as mentiras e as omissões, a formação limitada aos interesses de poucos, um linguarejar correspondente que recusa ver outras realidades da economia, da vida social, do sofrimento e da carência de tantos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Um intervalo sem aviso prévio

Umas pequenas férias, sem aviso prévio, separaram-me do convívio de alguns amigos. Nada de saúde, tão só viagens.


Foram dias em que fui acompanhando à distância a situação nacional e internacional, com acontecimentos que tiveram grande importância.

Desde logo a grande manifestação contra a política anti-social do governo com cerca de 300 milhares de pessoas que se revelou como poderosa força de rejeição de uma política de direita que favorece a crise e aprofunda todos os seus factores em benefício dos mais poderosos.

Outra foi o ataque terrorista de uma força militar israelita contra cidadãos provenientes de vários organismos que foram impedidos de chegar a Gaza com a sua solidariedade e que provocou a morte de vártios deles. UE, EUA e outros organismos, lavaram a alma com condenações sem eficácia prática do acto terrorista. Obama, preso ao lobbie sionista que o apoiou nos EUA continuará a contar com Israel como poderoso aliado.


O PSD, no encalce do PS pretende impôr mudanças reaccionárias nas relações do trabalho, defendendo a necessidade de "criar postos de trabalho" com uma desfaçatez e falta de vergonha que importa assinalar por parte de uma nova direcção que tanto balalou sobre ética e valores e trabalhou "tão profissionalmente" a imagem do seu presidente.