quinta-feira, 12 de junho de 2008

O Império dos Pardais

Os pardais foram os portugueses que, segundo o autor deste romance histórico, apesar da sua pequenez, mas espertos, se fizeram ao caminho e construíram um império, passando por entre grandes potências.
João Paulo Oliveira e Costa é historiador que se dedicou, entre outros, ao período dos descobrimentos e foi biógrafo de D. Manuel, tendo, por isso, uma base de grande fiabilidade para se aventurar na ficção, ainda por cima na sua primeira incursão na obra literária.

Com obra vasta na História, coordena duas revistas científicas para além de outros eventos decorrentes da sua actividade académica.

De fácil leitura, o Império dos Pardais, centra-se na Lisboa do sec.XVI e traz-nos uma teia ficcional, balizada por alguns factos históricos e pontos de vista que o autor defende nos seus próprios trabalhos de investigação. A maior parte desta teia é, porém, ficção. Mas com a credibilidade que resulta do conhecimento histórico, das intrigas, da espionagem da Corte, da vida desse tempo, das principais actividades e protagonistas. Para além de Lisboa, são palcos do romance os diferentes portos de arriba no norte de África e dos concorrentes no comércio internacional e na conquista de zonas de influência.

A personagem, central da história é um espia ao serviço da Corte que se desgastou com a vida de intriga, violência, crimes e traições, ódios e rancores, conspiração e clandestinidade e que pretende refazer a vida com um artista vindo da Dinamarca, um dos países onde exerceu a actividade de espionagem. E está associada a outros dois nobres do círculo mais íntimo de D. Manuel e supostos responsáveis dos seus serviços secretos.

É um livro a lêr.

O Império dos Pardais
João Paulo Oliveira e Costa
Temas e Debates - Actividades Editoriais, Lda
2008
17,90 euros

Aproveito para referir que os critérios destes comentários a livros e a filmes baseiam-se em opções pessoais de leitura e de idas ao cinema. Eles vão aparecendo à medida que os vou lendo ou vendo, não sendo necessariamente motivadas por estreias ou lançamentos.

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