domingo, 4 de setembro de 2011

No final de uma grande e bonita Festa do Avante, o convite à resistência contra a política do governo

Horas antes do final da Festa,  Jerónimo de Sousa disse que o PCP resistirá PCP às crescentes medidas do governo PSD/CDS que sufocam as camadas populares e apelou à mobilização social para travar agravamento das condições de vida dos trabalhadores, particularmente na manifestação convocada pela CGTP para 1 de Outubro.

Num discurso que se pautou pela crítica à subordinação do governo perante a intervenção estrangeira, o secretário-geral do PCP teceu fortes críticas às medidas da troika anunciadas nos últimos meses pelo governo de coligação PSD/CDS-PP.
A subida do IVA na electricidade e gás natural, o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal com sede em IRS e o aumento do preço dos transportes foram apenas algumas das medidas que Jerónimo de Sousa condenou no discurso de encerramento da 35ª Edição da Festa do Avante.
“Disseram que não aumentariam os impostos, mas não tardaram em dar o dito por não dito, com o aumento do IVA no gás natural e na electricidade”, sublinhou Jerónimo de Sousa, referindo-se ao programa de austeridade do governo.
Aquele que o secretário-geral do PCP apelida de “programa de extorsão dos portugueses”, que se inscreve numa “declaração de guerra” aos trabalhadores e que será a “tragédia do país” é mais uma acção “dos mesmos de sempre” que estigmatiza os mais desfavorecidos, perpetua a pobreza e agrava as condições de vida dos trabalhadores.
Referindo-se ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar, o líder comunista disse que “o homem quando abre a boca é para anunciar mais impostos, novas injustiças e mais cortes sociais”, prometendo que o PCP apresentará novas propostas para tributar os bens e patrimónios de luxo, os dividendos e os rendimentos de capital.
Jerónimo de Sousa desvalorizou a introdução do recém-anunciado imposto extraordinário sobre os escalões mais elevados de IRS e IRC, a chamada taxa solidária, acusando o governo de estar a “tapar o sol com a peneira”, já que o próprio PCP apresentou propostas para reforçar a tributação fiscal dos mais ricos que foram contestadas antes da tomada de posse pelos partidos que agora as aprovaram.
O líder comunista criticou ainda o despedimento de 37 mil professores, os cortes de mil milhões de euros no orçamento do Sistema Nacional de Saúde, defendendo que a Saúde e a Educação deve ser “importantes funções sociais”, “direitos” e não “grandes áreas de negócios.”
Jerónimo de Sousa criticou também a actuação do governo no caso da venda do BPN ao BIC, na intercepção de comunicações de jornalistas ou na intimidação dos Magistrados.
 
A poucas horas da Festa encerrar ela constituiu um êxito assinalável e testemunha a confiança de muita gente nas posições que o PCP vem defendendo.

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