domingo, 12 de dezembro de 2010

Inside the job, um documentário assustador

O documentário norte-americano "Inside Job" é de não perder.

Feito e comentado por pessoas que ainda acreditam na possibilidade de reformar o poder financeiro, apesar de uma irritante deficiência no contraste de cor da inserção de caracteres da tradução, e de não ser uma obra de ficção mas um documentário com um ritmo rápido, difícil d...e seguir pela especialização terminológica do tema, é de aproveitar para o vêr nos poucos (?) dias que lhe restarão de exibição.

A administração de Obama fica comprometida com práticas e pessoas que reconduziu em funções-chave, de entre os responsáveis da crise financeira que vinha dos anteriores presidentes. E que exportou para outros continentes.

O esquema de Ponzi, o esquema das hipotecas e da venda sucessiva de dívidas de empréstimos de risco, através de empresas que os reguladores oficiais e as agências de rating atribuíam óptima saúde para atrair novos investidores nas vésperas de de irem à falência, dá uma idéia do tipo de pessoas que, com o empenhamento até ao pescoço das sucessivas administrações republicanas e democrata, continua hoje a ter o poder financeiro nos EUA.

Preocupante é verificar que é com este tipo de escroques, envolvidos noutro tipo de actividades ilícitas e criminosas, os EUA querem continuar a mandar no mundo!!!...

1 comentário:

JV disse...

O teu comentário parece-me bastante acertado, porque aponta para a principal limitação do documentário: a ilusão por ele alimentada de que o sistema é reformável e que, se os agentes financeiros actuarem correcta e honestamente, as crises financeiras são evitáveis.
Era necessário por exempo explicar porquê o capitalismo financeiro se viu a partir dos anos 80 na necessidade de exigir do poder político a enorme desregulação da actividade bancária do crédito, que permitiu o florescimento de todos os esquemas "criativos" dando rédea solta à especulação a níveis jamais vistos e à chamada "economia de casino".
Isso não é feito, talvez porque tal exigiria analisar mais a fundo a estrutura de funcionamento do capital e a contradição básica que necessariamente o condena a crises cíclicas de sobreprodução relativamente à capacidade de consumo das classes trabalhadoras, resultado da exploração económica a que as sujeita na esfera da produção.